Hoje, 03 de junho, é o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. Como diz o nome, o dia tem o intuito de conscientizar e trazer conhecimento à população sobre essa doença, que segundo o médico e professor da Unioeste, Dr. Allan Cezar Faria Araujo, é assunto que preocupa. “A obesidade é uma pandemia sem previsão de término, pelo contrário, tende a aumentar no mundo”, diz.
E falando em prevenção, ela deve começar ainda na gestação, com um pré-natal adequado e dieta nutricional. “Apesar de não aparecer assustador, são mais de 42 milhões de crianças com excesso de peso. Os números são sim alarmantes”, comenta Dr. Allan.
A obesidade é um excesso de peso em um dos maiores órgãos endócrinos que existe, o tecido gorduroso, que acarreta um processo inflamatório no organismo da criança em órgãos alvos, como no coração e no pâncreas. E a preocupação é o fato dela poder alavancar outras doenças no futuro dessas crianças. “A obesidade pode predispor nas diversas doenças, como hipertensão, diabetes, ela mantém um processo inflamatório em todo o organismo, agravando diversas doenças”, comenta o médico. Além disso, atualmente muitas crianças estão tendo doenças consideradas de adultos, como a hipertensão, existem crianças dislipidêmicas, com problemas de colesterol, triglicerídeo, o que não costumava ser comum, de acordo com Dr. Allan.
Além disso, o endócrino pediatra e coordenador do curso de medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Dr. Fabiano Sandrini, alerta que é muito provável que a criança obesa continue sendo um adulto obeso. “Para a gente reduzir a obesidade na vida adulta, a intervenção deve ser na infância. Quando temos uma criança em desenvolvimento, tecnicamente, nesse momento permite-se que você a ajuste ao padrão da vida adulta. Quando nós pediatras intervimos na vida da criança, é para permitir que ela tenha uma vida adulta saudável”, explica Dr. Fabiano.
Prevenção
De acordo ainda com o Dr. Fabiano, um dos problemas é acreditar que as crianças possam crescer e deixarem de ser obesas automaticamente, e consequentemente, sem prevenir, é muito mais raro que a criança deixe de ser obesa. Ele alerta ainda que isso não significa entrar com uma dieta rígida com a criança, mas evitar certos hábitos e adquirir cuidados. “Vamos tomar um sorvete? Vamos, mas vamos a pé à padaria”, diz o endócrino pediatra como uma sugestão de mudança.
Além disso, ele alerta sobre os pais usarem a comida como forma de carinho aos filhos. Vale lembrar que o cuidado e a preocupação são formas de carinho muito mais relevantes, pois segundo Dr. Fabiano, uma das melhores heranças a se deixar aos filhos é a saúde. “É muito importante lembrar, ainda, que a infância é uma fase em que se criam hábitos, então é a fase perfeita para ensinar o filho a comer bem, pois ele seguirá com o mesmo hábito pelo resto da vida. Claro que pode comer uma guloseima, um doce, mas vamos deixar isso para um dia especial, no final de semana, um aniversário, um dia de festa e não uma comida regular”, comenta Dr. Fabiano.
Outra forma de prevenção é o exercício diário, seja na escola ou em casa. Mas a criança que dedicar 30 minutos do seu dia para uma brincadeira de pega-pega, jogar bola, nadar, já são hábitos bastante colaborativos à saúde. Algo fundamental é fazer a refeição sentado à mesa, para a criança e adultos também. “A refeição, é uma atividade, então eu vou me concentrar nessa atividade, não vou comer à televisão, ao celular, não vou comer passeando. Sentar e se concentrar na refeição é algo que diminui bastante as guloseimas”, finaliza o pediatra.
Assessoria