Foi enterrado nesta segunda-feira (25) o corpo do policial militar que morreu após ser baleado na tentativa de assalto a uma empresa de transporte de valores de Guarapuava, na região central do Paraná.
O cabo Ricieri Chagas teve morte central no sábado (23), aos 48 anos, depois de ser atingido com um tiro na cabeça e ficar seis dias internado no Hospital São Vicente de Paulo.
O corpo foi levado em um caminhão dos bombeiros em cortejo do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), onde estava sendo velado, até o Cemitério do Distrito da Palmeirinha, em Guarapuava.
No cemitério, familiares, amigos e companheiros de PM fizeram homenagens de despedidas ao militar.
Familiares, amigos e companheiros de PM fizeram homenagens de despedidas ao militar — Foto: Divonei Ravanello/RPC
No domingo (24), guarnições da Polícia Militar do Paraná e do Corpo de Bombeiros realizaram homenagens simultâneas em todo o estado à memória do cabo.
Caixão foi levado por caminhão dos bombeiros em cortejo até o cemitério — Foto: Reprodução/RPC
Em Guarapuava, militares fizeram um minuto de silêncio e, na sequência, rezaram em frente ao 16º BPM. Policiais do Batalhão de Operações Aéreas (BPMOA) sobrevoaram o local como homenagem.
Chagas estava na viatura alvejada por criminosos na noite do último domingo (17), quando saia do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de acordo com o secretário de segurança pública, Coronel Romulo Marinho.
Além dele, outros dois policiais estavam na viatura. Um foi atingido na perna, passou por cirurgia e não corre risco de morrer. Outro foi atingido no peito, mas escapou porque estava de colete e o projétil atingiu um celular.
Cabo Ricieri estava em viatura que foi alvejada por criminosos durante tentativa de mega-assalto, em Guarapuava — Foto: Divulgação/Redes Sociais
Próximo ao local do assalto, um civil também se feriu, mas passa bem.
Viatura alvejada
Junto a Ricieri, outros dois policias e um cachorro estavam no veículo alvejado: o cabo Wendler, que não se feriu e foi salvo de um tiro de fuzil que acertou o celular dele; e o cabo José Douglas Bonato, que foi baleado na perna e recebeu alta do hospital. O animal não se feriu.
Todos eles deixavam a sede do 16º batalhão, em Guarapuava, quando foram surpreendidos por parte do grupo criminoso, que fez diversos disparos contra a viatura de acordo com o secretário de Estado Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho Soares.
Em um áudio, Bonato relatou o momento do ataque. “Eles atiram pra matar e não param”, contou. Bonato ainda faz menção ao cabo Ricieri Chagas.
“Dai eu pensei que eles ‘iam matar nós’ de vez ali cara. Só que eu não vi nada. Dai eu me joguei da viatura. E a viatura bateu, acho. Rastejei no mato e consegui forçar o torniquete. Só que daí eu desci da barca e pisei, dai eu acho que quebrou de vez a perna. Daí o Wendler [terceiro policial] não conseguiu me resgatar, mas fez certo, tocou pro hospital com o Ricieri”.
O ataque
Empresa de transporte de valores foi alvo de ataque de assaltantes, em Guarapuava — Foto: Eduardo Andrade/RPC
A tentativa de assalto a uma transportadora de valores de Guarapuava, na região central, e o ataque ao 16ª Batalhão da Polícia Militar (BPM) do município, ocorreram de maneira simultânea na noite do último domingo (17).
A informação foi confirmada ao g1 pelo secretário de Estado Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho Soares.
Um vídeo obtido com exclusividade pela RPC mostra que o grupo criminoso ficou por uma hora e meia em frente à transportadora. Conforme o horário indicado nas imagens, tem-se que viaturas da polícia aparecem na região à 0h45, quase uma hora após a saída dos suspeitos.
Segundo o secretário, o intervalo de tempo entre a chegada dos assaltantes na cidade até a fuga, foi de cerca de cinco horas.
A polícia investiga a possível ligação do grupo que atuou na cidade em crimes similares em Criciúma (SC) e Araçatuba (SP).
G1 Paraná