Foz do Iguaçu – A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã de ontem a sétima fase da “Operação Pecúlio”, dando continuidade à execução de medidas judiciais expedidas pela 3ª Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, com o objetivo de desarticular grupo de pessoas voltadas para a prática de irregularidades na administração pública municipal, inclusive na Câmara, com desvio de recursos públicos.
A operação contou com 80 policiais federais para o cumprimento de 26 mandados judiciais, sendo 14 de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados. O ex-prefeito Reni Pereira, que cumpre prisão domiciliar justamente por conta dessa investigação, também foi levado para prestar depoimento.
Durante a ação foram recolhidas, inclusive, diversas armas, inclusive de cano longo, e farta munição.
O esquema
Conforme o divulgado pelo MPF, as evidências apontam que no biênio 2014/2015 foram incluídos e pagos plantões médicos fictícios em benefício de empresa credenciada na prefeitura. Os valores seriam usados para complementar a remuneração de agentes públicos e também remunerar pessoas sem vínculo direto com a administração.
Histórico da Operação Pecúlio
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e Receita Federal, já cumpriu 268 mandados judiciais em diversos estados da União no âmbito da Operação Pecúlio, que visa investigar esquema voltado para a prática de irregularidades perante a administração pública do Município e da Câmara de Foz do Iguaçu, mediante desvio de recursos públicos, para obtenção de vantagens indevidas.
Somente em algumas obras de pavimentação de Foz do Iguaçu, submetidas a exame pericial pela PF, foram constatados prejuízos consumados na ordem de aproximadamente R$ 4,5 milhões. A péssima qualidade do material utilizado nas obras reduzia consideravelmente o tempo de vida útil destas.
1ª Fase – deflagrada em 19/04/16 (84 mandados):
Operação investiga grupo de pessoas que cometia irregularidades na prefeitura e na Câmara de Foz do Iguaçu.
Foram alvos o ex-secretário de Tecnologia da Informação, o ex-secretário de Planejamento. O então prefeito de Foz foi levado para depor sob condução coercitiva.
2ª Fase – deflagrada em 03/05/2016 (sete mandados):
Novas informações levaram os policiais às portas da Secretaria de Obras. Duas pessoas foram presas preventivamente: o ex-titular da pasta, e o ex-diretor de pavimentação.
3ª Fase – deflagrada em 21/06/2016 (31 mandados):
– Objetivo: combater irregularidades em processos licitatórios de prestação de serviços na prefeitura de Foz do Iguaçu,
9 de prisão preventiva de diversos setores da Administração.
4ª Fase – deflagrada em 14/07/2016 (um mandado de prisão – Prefeito):
Nesta fase, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, decretou a prisão domiciliar e afastamento do cargo do prefeito da cidade. No final de outubro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão domiciliar do prefeito, mas manteve o impedimento político.
5ª Fase – deflagrada em 15/12/2016 (78 mandados):
– Foram presos 12 dos 15 vereadores da cidade;
6ª Fase – deflagrada em 16/12/2016 (67 mandados):
– Continuidade aos procedimentos do dia anterior – 5ª Fase.