Política

Brasil poderá crescer 3,5% ao ano na próxima década

O conhecimento e o preparo do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles somados à visão moderna e capaz do atual, Paulo Guedes, têm promovido ajustes nos últimos cinco anos que, quando unidos, conduzirão o Brasil a um novo estágio em seu processo de desenvolvimento. “Temos boas chances de crescimento entre 3% e 3,5% na próxima década”, diz Guilherme Abdud, diretor de investimentos da Persevera e ex-diretor do HSBC na América Latina.

Guilherme foi um dos convidados da reunião da Acic sobre Perspectivas econômicas e reforma tributária. Ele cita, entre os ajustes e as medidas adotadas, o teto de gastos, as reformas trabalhista e previdenciária, a aprovação de marcos regulatórios, a implementação da lei de liberdade econômica e, mais recentemente, de gatilhos que, em momentos excepcionais, podem limitar aumentos e benefícios ao funcionalismo.

O Brasil superou alguns dos seus mais antigos gargalos, como déficit crônico em conta corrente, reservas baixas e controlou a inflação. “É um quadro bem diferente daquilo que tínhamos no passado. Em pouco tempo, haverá a junção de todos os efeitos dessas e outras medidas de Meirelles e Guedes e o Brasil viverá uma nova fase”.

Ao contrário de outros especialistas em mercado, o diretor da Persevera afirma que o País está distante de qualquer risco de insolvência. “O Brasil, apesar de tudo e dos gastos bilionários e efeitos da pandemia, mostra mais uma vez que tem uma economia dinâmica e que se recupera com agilidade”.

Guilherme não vê risco de retorno de elevados índices de inflação, que deverá ficar no centro da meta em 2022, e alerta que um dos cuidados necessários é não elevar os juros de forma exagerada. “Acima de 5% ao ano não é possível que o País cresça. E se subirem mais que isso, perceberão que precisarão recuar”, alerta.

 

Desafio

Apesar dos acertos, Guilherme Abdud reconhece que o maior desafio do Brasil será confirmar crescimento com consistência e segurança. Há, nos últimos anos, tendência de inflação baixa em todo o mundo, que também experimenta avanços com a evolução tecnológica e com ambientes de juros médios mais baixos. A melhor combinação para uma economia crescer, afirmou ele, é inflação contida, juros baixos e câmbio desvalorizado.

As commodities seguirão em bom momento internacional, porém Guilherme não vê preços subindo muito mais do que já subiram. Ele prevê que o dólar poderá ficar abaixo de R$ 4,50 ainda neste ano.

Os ajustes feitos nos últimos cinco anos são tão significativos que o especialista chega a afirmar que não vê mais, no Brasil, juros de dois dígitos.

O conteúdo na íntegra da reunião pode ser encontrado no perfil Acic Cascavel no Facebook e no YouTube.