Garantir o atendimento de qualidade à população é somente uma das responsabilidades da Secretaria de Saúde de Cascavel. A abrangência de serviços, entretanto, percorre áreas que muitas vezes não são lembradas, porém de extrema importância para a cidade.
O secretário de Saúde Rubens Griep destaca os inúmeros compromissos da pasta que está à frente e que tem alcançado resultados surpreendentes no município.
“Temos equipes de médicos e enfermeiros que acompanham atividades diuturnamente para evitar epidemias. Se temos hoje uma cidade com poucas epidemias é porque há um trabalho bastante importante na área de Vigilância Epidemiológica”, afirma.
A mesma eficiência está presente na área sanitária. “Monitoramos e realizamos o licenciamento sanitário de todos os serviços de saúde, do comércio e das indústrias”, lembra o secretário.
Em entrevista, ele fala ainda sobre avanços no segmento, previsão de novas obras na cidade e projetos para novas unidades de saúde.
Perfil
Rubens Griep é graduado em Enfermagem e Obstetrícia pela Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), em 1997, tem mestrado pela Universidade Federal de Santa Catarina em Psicologia das Organizações e finaliza doutorado em Saúde Coletiva pela UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Servidor da Secretaria de Saúde de Cascavel desde 1998, como enfermeiro trabalhou em diversos setores da rede e ocupou cargos de direção. É também servidor da Secretaria de Estado da Saúde na 10ª Regional de Saúde onde atuou por 12 anos em USAs (Unidades de Suporte Avançado) com o transporte de pacientes graves e atualmente está cedido ao Município de Cascavel para atuação como secretário de Saúde.
Gestão compartilhada
“Acreditamos que os problemas nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) sejam minimizados com a gestão compartilhada. Quando a gente discute o contexto do atendimento às urgências, precisamos entender que não existe uma política única no Município de Cascavel em relação ao que acontece no restante do País. Esperamos melhorar o tempo resposta, mas não acredito que isso dependa só da melhoria da oferta de serviço, depende bastante da forma como a população se propõe a utilizar o serviço”.
Deja vú
“Se fizermos um resgate histórico recente de Cascavel, vimos que esse processo ocorria no HU. Há dez anos, nós tínhamos um volume enorme de pessoas utilizando a estrutura de pronto-socorro. Isso se resolveu quando o pronto-socorro definiu que não iria mais atender o paciente que não tivesse critérios para esse local. Nas UPAs nós ainda realizamos atendimentos de pacientes graves e também daqueles que não são considerados graves”.
Mudança
“Acredito que vai chegar um momento em que o Ministério da Saúde vai determinar que esses pacientes retornem para as Unidades Básicas de Saúde e alguns municípios já estão fazendo esse movimento. Em Cascavel optamos por garantir o atendimento mesmo que demore um pouco mais de tempo. As UPAs são dispositivos intermediários entre a atenção primária e serviços hospitalares e têm um papel que deveria ser cumprido para o atendimento às urgências”.
Preferência
“Pela sistemática de atendimento nas UPAs, muitas vezes acabam sendo a opção de nossos pacientes que buscam o atendimento direto, sem agendamento, mesmo que tenham que aguardar por determinado momento. Temos indicadores que apontam que 70% dos pacientes que hoje estão nas UPAs, apresentam queixas do dia a dia como processos gripais e dores crônicas que poderiam ser resolvidos nas UBSs”.
Agilidade
“Em todas as Upas reduzimos bastante o tempo resposta, com exceção das segundas-feiras, quando praticamente duplicamos o número de médicos, mas mesmo assim temos uma espera grande por ser um dia que tradicionalmente a população em grande volume comparece às UPAs e na grande maioria dos casos por situações que não precisaram estar lá nesse dia”.
Doenças crônicas
“Precisamos entender que boa parte das condições que a população apresenta são crônicas, ou seja, não têm cura, como por exemplo a hipertensão, diabetes e problemas na coluna. Os pacientes têm um diagnóstico médico estabelecido e terão que adotar uma conduta de cuidados permanente. Se isso não ocorrer, eles terão intercorrências com mais ou menos frequência”.
Conscientização
“Se eu não mudo hábitos alimentares e a forma como me comporto em relação àquela doença, temos a agudização de uma condição crônica, ou seja, complicações de uma condição que não tem cura e por isso buscaremos o socorro para corrigir uma situação que se conduzida de uma maneira diferente, talvez não a tivesse. Isso é um processo de educação em saúde. A UBS por ter esse contato mais próximo ao paciente tem a condição de auxiliá-lo nesse cuidado. Obsevamos que pacientes hipertensos nunca frequentaram uma UBS e só buscam a UPA. O caso será tratado no momento, mas não é papel da unidade fazer a educação sanitária”.
Monitoramento
“Temos um papel muito importante no controle de doenças transmissíveis. A Vigilância Epidemiológica monitora diariamente todas as principais doenças transmissíveis. É um trabalho muito silencioso que parte da população na enxerga, mas notificamos e monitoramos todas as internações nos hospitais de Cascavel, inclusive nos serviços privados e as amostras de sangue de todos os laboratórios, porque se um paciente faz um exame e tem alteração, principalmente de doença transmissível, o laboratório notifica a vigilância para fazer o controle. Temos equipes de médicos e enfermeiros que acompanham essas atividades diuturnamente para evitar epidemias. Se temos hoje uma cidade com poucas epidemias é porque há um trabalho bastante importante na área de Vigilância Epidemiológica”.
Vigilância sanitária
“Monitoramos e realizamos o licenciamento sanitário de todos os serviços de saúde, do comércio e das indústrias. Hoje o cidadão que frequenta qualquer lanchonete, pode ter segurança, pois a Vigilância Sanitária estabeleceu uma rotina de fiscalização e concedeu o licenciamento sanitário. No supermercado, o produto também foi fiscalizado. Temos grandes empresas que produzem ônibus e outros dispositivos que são fiscalizadas, porque se elas não cumprirem as normas, há acidentes de trabalho que mutilam o funcionário”.
Planos de Saúde
“Nós regulamos todo o atendimento da Agência Suplementar, então todos os planos de saúde são monitorados e avaliados pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. Há um universo muito grande de responsabilidades que a gente assume na Secretaria de Saúde de Cascavel para além do atendimento direto da população”.
Inaugurações
“De ampliação de unidades de saúde para este ano temos a proposição de inaugurar ao longo do mês de novembro, a unidade do Bairro Pioneiros Catarinenses, do Jardim Presidente e do Riveira, que já está com atendimento parcial. Além disso, está prevista a entrega Farmácia Básica III na região do Cascavel Velho que é uma área que ainda está desassistida”.
Investimentos
“Temos licitações em aberto para construção de unidades que estão muito deficientes. Neste ano já iniciamos a licitação da construção da sede nova da unidade de saúde do Bairro Neva e do Rio do Salto. A previsão para o início do próximo ano é de abertura de licitação para construção da sede nova no Cidade Verde, Parque Verde, Claudete, Cancelli, Los Angeles e Guarujá”.
Novas obras
“Temos também projetos de construção de novas unidades, prioritariamente no Bairro Tarumã, que divide área entre Interlagos e Floresta e para isso já fizemos várias reuniões com a comunidade. Na região do Tio Zaca, no Paulo Godói e da FAG também, pois está totalmente descoberta de unidade de saúde. Além disso, prevemos unidades para o Turisparque e Faculdade, que são áreas que cresceram muito e não têm unidade de saúde, por isso os atendimentos estão concentrados na estrutura inaugurada no Nova Cidade”.