Durante interrogatório, Luis Felipe Manvailer, acusado de ter matado a advogada Tatiane Spitzner em 2018, pediu desculpas por ter agredido a mulher, mas disse que não a matou. As declarações foram feitas no domingo (9), em Guarapuava, na região central do Paraná.
O júri popular de Manvailer começou na terça-feira (4) e deve chegar ao fim nesta segunda-feira (11), após sete dias de sessões. No domingo, o depoimento dele durou cerca de 11 horas. Antes de começar a responder as perguntas feitas pelo juiz Adriano Scussiatto Eyng, Manvailer dirigiu a palavra para as famílias dele e de Tatiane e pediu desculpas.
“Primeiramente, antes de começar a responder, eu gostaria de primeiro pedir perdão à família da Tatiane por todas as agressões que eu cometi. Eu não matei a Tatiane, gostaria de pedir perdão pelo mesmo motivo para minha família, eles sabem que não sou assim, e a todas as mulheres do Brasil, pedir perdão por isso. Eu não matei a Tatiane”, disse.
Tatiane Spitzner foi encontrada morta, em julho de 2018, após cair do 4º andar do prédio em que morava com o marido, em Guarapuava. Para o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Manvailer matou a advogada e a jogou do prédio.
Durante o interrogatório, o acusado lembrou de momentos antes da queda, dentro do apartamento, e disse que viu Tatiane se segurando com as mãos no parapeito da sacada.
“A briga sofreu uma escalada enorme, uma coisa assim impossível de ser imaginada. Eu saí atrás dela para pegar ela de lá, puxar para dentro, e indo em direção, indo em direção. Eu olho para baixo para não bater nos móveis, olho para frente, só vejo as mãos dela assim, no parapeito ali, no corrimão. Naquele momento, já estava tudo transtornado, o tempo parava, estava indo em direção a ela. Quando estava chegando perto da sacada, eu vi que a mão dela não estava ali, eu ouvi ela caindo, ouvi o grito dela”, disse.
Manvailer está preso há quase três anos. Ainda no depoimento, o acusado disse que está sofrendo com a morte de Tatiane assim como a família e amigos da advogada.
O réu afirmou ainda que não responde pelas agressões, que foram registradas por câmeras de segurança do prédio, mas que isso seria o suficiente para o envergonhar para o resto da vida.
“Estou sendo acusado de matar a Tatiane, a pessoa com quem eu queria passar pelo resto da minha vida. Eu não sou um assassino e aqui tem todas as provas. A minha vida tá em jogo, faz três anos que estou enjaulado, que eu estou sofrendo o mesmo luto da família da Tati, da minha família, que também perdeu uma pessoa que amava. Ninguém parou para pensar que eu estou sofrendo a mesma dor enjaulado, não tendo culpa, não tendo matado a Tatiane”, afirmou.
Luis Felipe Manvailer respondeu perguntas feitas pelo juiz, advogados de defesa e jurados. Apesar disso, o réu foi orientado a ficar em silêncio durante as indagações que seriam feitas pela acusação.
Fonte: G1 Paraná