Curitiba – O governo do Paraná oficializou na noite de terça-feira a disposição na construção de uma ferrovia ligando Dourados (MS) a Paranaguá (PR). Para isso, deu o primeiro passo com o lançamento do PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) para a execução do projeto. Ao todo, serão mil quilômetros de linha férrea em um custo estimado em R$ 10 bilhões. A obra usará o traçado já existente de 250 quilômetros da Ferroeste.
O projeto da nova linha foi apresentado a investidores pelo governador Beto Richa, em evento realizado na capital paulista e que contou com a presença dos governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul.
O objetivo da nova linha é facilitar o escoamento da produção agrícola do oeste paranaense e do Centro-Oeste brasileiro pelo Porto de Paranaguá.
A publicação da PMI visa estimular a participação de empresas privadas no processo tanto do Brasil como do exterior. Na primeira fase, a empresa fará estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ferrovia. A partir da conclusão desse trabalho, será aberta licitação para a construção e a concessão da linha, que fará o ressarcimento à empresa responsável pelo estudo técnico.
O traçado
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A obra da nova ferrovia está dividida em dois trechos. O primeiro tem 400 quilômetros e liga Guarapuava ao litoral do Paraná. O segundo vai de Guarapuava até Dourados (MS), passando por Cascavel (base da Ferroeste) e Guaíra, com a construção de mais 350 quilômetros de trilhos.
Para o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, a publicação da PMI representa um passo importante para o andamento do projeto que, segundo ele, terá grande impacto na competitividade dos dois estados. “Fazendo esse modal, integramos uma região altamente produtiva”, ressaltou. Paraná e Mato Grosso respondem por 30% de toda a produção nacional de grãos.
Hoje, apenas 20% da mercadoria que chega ao Porto de Paranaguá é transportada por via férrea. Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin, o projeto de concessão da nova estrada de ferro ficará 100% na mão do governo do Paraná. “O porto vem se modernizando, é referência para o Brasil, mas acaba sendo travado pela ineficiência histórica da ferrovia. É isso que o Paraná quer corrigir, para que garantir competitividade ao setor agronegócio”, disse ele.
Revitalização de 250 quilômetros
A nova ferrovia também inclui a revitalização do traçado de 250 quilômetros existentes entre Guarapuava e Cascavel e que é operado pela Ferroeste. O trecho também será subconcessionado. O traçado da nova ferrovia não poderá utilizar a malha operada pela Rumo, nem mesmo sua Faixa de Domínio, proporcionando impacto direto na melhoria dos serviços logísticos.
