Foz do Iguaçu – A greve dos auditores fiscais da Receita Federal deflagrada dia 1º de novembro e que já deixou um prejuízo superior a meio bilhão de reais desde continua provocando caos na fronteira. Na manhã de ontem, a fila era gigantesca e foi preciso muita paciência. No feriado, nenhum caminhão deixou o Porto Seco para seguir viagem.
Os caminhões que obtiveram a liberação dos fiscais provocaram um congestionamento superior a dois quilômetros na BR-277 em direção ao Paraguai. Os auditores fiscais aguardam um posicionamento do governo federal quanto a um acordo de reajuste estabelecido ainda no começo deste ano e até hoje não cumprido, conforme o Sindifisco-Foz.
O feriado prolongado tornou a situação ainda mais difícil no local. Levantamento extraoficial mostra que mais de mil caminhões aguardam o desembaraço das mercadorias para seguir viagem, seja para entrar no Brasil ou para ir em direção aos países vizinhos do Mercosul. A Polícia Rodoviária Federal tem feito o acompanhamento constante do trecho para tentar controlar o trânsito e evitar acidentes.
Além dos caminhões, outro fator que tem gerado a extensa fila são os veículos de passeio em direção às compras no Paraguai neste período de fim de ano, mesmo após as festividades natalinas. O tempo de espera para atravessar a Ponte da Amizade, na divisa entre o Brasil e o Paraguai, é superior e uma hora. A Receita Federal informa que boa parte dos caminhões aguarda a liberação das mercadorias no pátio da Eadi (Estação Aduaneira do Interior).
O número de turistas da região e de outras partes do País tem aumentado e a previsão nesta semana é de um número expressivo de veículos em direção ao Paraguai. Ou seja, saia munido de paciência.
Movimento
A fronteira é considerada uma das mais movimentadas do País. Em dias normais, chegam a passar pelo local quase 40 mil veículos. Esse número é resultado de uma pesquisa recente realizada por alunos e professores da UDC. Com base na nona edição da Pesquisa de Tráfego e Perfil de Turistas na Tríplice Fronteira, diariamente passam pelo local 38,9 mil veículos. Conforme o levantamento, em 2017 o movimento foi 30% superior ao mesmo período do ano passado, cuja movimentação estimada no dia chegou a 29,9 mil veículos. Para o professor Fábio Prado, esse aumento de fluxo de veículos tem relação com a recuperação econômica do Brasil. Do total dos entrevistados na pesquisa, 42,5% o motivo da viagem é para compras no Paraguai e 37,9% apenas para turismo. Durante os quatro dias de pesquisa, o fluxo de pessoas na Ponte da Amizade chegou a quase 500 mil pessoas.