Curitiba – O Paraná mantém em franca ascensão o processo de recuperação da economia, abalada pela pandemia da covid-19. O Estado abriu 2021 com um saldo positivo de 24.342 postos de trabalho com carteira assinada. É o quinto melhor resultado do País em janeiro e significa uma expansão de 33,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, período pré-crise sanitária, quando foram criados 18.201 empregos.
Os dados foram divulgados nessa terça-feira (16) pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão ligado ao Ministério da Economia. O Brasil apresentou saldo positivo de 260.353 vagas. Ou seja, o Paraná foi responsável por quase 10% do total de postos formais em janeiro. Apenas São Paulo (75.203), Santa Catarina (32.077), Rio Grande do Sul (27.168) e Minas Gerais (25.617) obtiveram desempenho melhor no primeiro mês do ano.
O resultado confirma a expansão da atividade econômica paranaense e reforça os números positivos obtidos pelo Estado ao longo do ano passado. O Paraná abriu 52.670 vagas de emprego em 2020, mesmo em um ano marcado pela pandemia. Foi o segundo melhor resultado do País, com apenas 380 contratações a menos do que Santa Catarina. O Paraná foi responsável por 36,9% do resultado nacional em 2020, que foi de 142.690 novas vagas.
“O Paraná é exemplo para o País por ser um dos principais protagonistas na geração de empregos. Esse é, sem dúvida, o melhor programa social que existe. Aquele que permite ao cidadão cuidar bem da sua família. Melhora a renda das pessoas, das cidades, e faz com que o Estado se desenvolva. Criar emprego é a obsessão da nossa gestão”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Estratégias
Ele destacou que os índices refletem a estratégia do Estado de valorizar a produção local, destravar os negócios e investir em obras estruturantes como base da recuperação de empregos. “Mesmo diante de um cenário complexo, os empreendedores paranaenses se adaptaram rapidamente em relação às medidas sanitárias para continuar desempenhando as suas atividades. Buscamos facilitar o acesso ao crédito como forma de estimular o empreendedorismo, oferecendo um bom ambiente político para que o empresário possa investir no Paraná”, disse Ratinho Junior.
O governador citou ainda que o Paraná foi o estado que mais gerou empregos entre os pequenos negócios do Brasil em 2020, segundo um estudo do Sebrae Nacional. O saldo foi de 38.272 novas vagas. E fechou 2020 com saldo de 159.398 novas empresas, crescimento de 26,82% com relação a 2019. “O povo paranaense demonstra, mais uma vez, o quanto é trabalhador e, mesmo diante de um cenário de crise, busca novas oportunidades de negócios”, ressaltou.
Setores
Os setores que mais se destacaram em janeiro no Paraná foram a indústria da transformação, com 8.740 novos empregos formais, seguida por serviços (8.479), construção (4.758), comércio (1.790), agricultura (381) e serviços industriais de utilidade pública (194).
Municípios
Segundo o Caged, Curitiba liderou a geração de empregos no Paraná em janeiro. Foram 5.624 novas vagas. Na sequência aparecem Londrina (1.333), Cascavel (1.289), Maringá (1.139) e Ponta Grossa (742).
“O Paraná, em janeiro, mostrou capacidade de recuperação dos empregos formais perdidos durante dezembro de 2020. Foram 24.342 novos empregos formais gerados, o que aponta para uma recuperação dos postos perdidos em dezembro e um avanço significativo sobre janeiro do ano passado, ainda na pré-pandemia”, afirmou Suelen Glinski, chefe do Departamento do Trabalho e Estímulo à Geração de Renda da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho.
Foto: Jonathan Campos/AEN
Indústria puxa alta no Paraná
A indústria continua sendo o setor que mais tem criado vagas de emprego com carteira assinada no Paraná. Foi responsável por 37% do total de vagas abertas em janeiro no Estado, ou seja, saldo de 8.934 admissões. O setor de serviços ficou em segundo, com 8.479, seguido por construção (4.758), comércio (1.790) e agropecuária (381). A indústria registrou crescimento de 19% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Das 24 atividades da indústria de transformação analisadas, apenas duas tiveram desempenho negativo em janeiro. Bebidas fechou 61 vagas e petróleo, 43.
Os que mais admitiram foram confecções e artigos do vestuário (1.978 vagas), madeira (809), máquinas e equipamentos (767) e móveis (760).
O crescimento em relação a janeiro de 2020 impressiona. Os empregos no segmento do vestuário aumentaram 56%. No madeireiro, a alta chega a 568%, puxada principalmente pelo aumento na demanda das exportações do produto para os Estados Unidos. Máquinas e equipamentos também aumentaram em 70% as contratações, assim como móveis, com alta de 14%. Setores importantes como automotivo e alimentos também criaram vagas, 391 e 186, respectivamente.
De acordo com o economista Evânio Felippe, da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), o desempenho no mercado de trabalho formal nessas atividades é reflexo dos bons resultados na produção industrial registrada no mesmo mês. “Quanto maior o ritmo de produção, maior a geração de novas vagas. Janeiro foi o quinto mês seguido de crescimento da atividade industrial no Estado. O resultado positivo dos últimos meses confirma a força do setor industrial no processo de recuperação econômica após o período crítico no início pandemia, no ano passado”.
No Brasil, a indústria abriu mais de 90 mil e 400 novas oportunidades de trabalho no mês.
Futuro
Porém, segundo o economista, é difícil prever como a geração de vagas no Estado deve se comportar nos próximos meses em função do agravamento da pandemia a partir de fevereiro. “É preciso acompanhar o desempenho das contratações nos próximos meses e o impacto das medidas restritivas e de lockdown decretadas recentemente no Estado. Muitas indústrias interromperam atividades, o que pode comprometer o ritmo de recuperação na geração de empregos daqui para frente”, conclui.
Brasil tem melhor janeiro da história
A economia brasileira gerou 260.353 empregos com carteira assinada em janeiro deste ano, informou o Ministério da Economia. Esse foi o melhor resultado para janeiro de toda a série histórica do Caged, que tem início em 1992. Até então, a maior geração de empregos formais, para esse mês, era de 2010 (+181.419 vagas).
O resultado decorreu de 1,527 milhão de admissões e 1,266 milhão de demissões. Em janeiro de 2020, houve a abertura de 117.793 vagas com carteira assinada.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que “o Brasil está gerando empregos e evitando demissões, a economia continua viva e pulsando”.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, que apareceu de surpresa no meio da entrevista coletiva de apresentação dos dados, afirmou que o resultado recorde do Caged indica a retomada da economia brasileira e citou a diferença para outras recessões, em que houve destruição de empregos com carteira assinada. Em 2020, o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 4,1%, mas houve saldo positivo no Caged.
O Ministério da Economia revisou o dado fechado do Caged de 2020: o ano terminou com a criação de 112.340 vagas a mais que demissões (o número anterior era de 142.690).