Cascavel registrou nesta sexta-feira (5) o segundo dia seguido de protesto de empresários e ruralistas contra a proposta de outorga na concessão dos pedágios. As manifestações são a prova de que a região não pretende aceitar a imposição do governo federal e que está disposta a endurecer sua posição, caso necessário.
Na quinta, um grupo de empresários, liderados por Valdinei Silva, reuniu-se no caminho do novo CNTA (Centro Nacional de Treinamento em Atletismo) aproveitando a passagem do presidente Jair Bolsonaro, que veio inaugurar o complexo. Com faixas, pediam atenção e interferência do presidente no assunto: “Não somos contra o pedágio, mas somos a favor de uma tarifa mais justa”, defendeu Valdinei.
A mobilização contou com apoio do presidente do conselho superior da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Pedro Pegoraro, além de representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), do Sintropar e de mais de 40 entidades.
Já na sexta, o protesto se concentrou ao lado da Acic, onde aconteceu a primeira audiência da Frente Parlamentar do Pedágio. Desta vez, a rua foi fechada com tratores e faixas. A pauta era a mesma.
Durante a audiência, Valmor Lemanski, que presidiu a Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresarias do Oeste) quando as atuais concessões ocorreram, disse que não acredita mais em audiências públicas, pois já foi enganado outras vezes, e pediu o apoio dos deputados em uma possível mobilização física em rodovias. O discurso foi aplaudido e aclamado pelos presentes. “A hora que nós tivermos que trancar estradas aqui, que os senhores deputados também estejam aqui conosco, nos defendendo. Nós vamos trancar estradas, vamos trancar praças de pedágio, vamos imitar o movimento dos sem-terra que liberaram as praças de pedágio. Nós temos que fazer isso aqui também. Chamar atenção e mostrar que nós estamos cientes disso aí”, ressaltou.
Na semana anterior, o presidente do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), Rainer Zielasko, admitiu que os protestos não estão descartados: “Mais do que nunca, a população está consciente da situação do pedágio e do prejuízo que causa para quem precisa utilizar as estradas. Muitos já querem colocar tratores e fazer mobilização nas rodovias. Por enquanto, todas as nossas ações são pacíficas e não queremos tomar medidas mais rígidas, mas, se for preciso, faremos”, avisa.