Cascavel – Em sua passagem por Cascavel ontem, durante visita ao Show Rural, o governador Beto Richa encontrou uma boa resposta para justificar a superlotação das cadeias públicas e das penitenciárias do Paraná: é que a polícia prendeu demais ano passado.
Por causa dessa grande quantidade de prisões e do atraso na construção das penitenciárias e dos centros de triagem prometidos – o que seria culpa do governo federal, segundo Beto -, o governador não conseguiu cumprir sua promessa de zerar o número de presos em delegacias, conforme prometeu na última eleição.
“Nós já tiramos mais de 7 mil desta condição [das cadeias públicas]. Temos hoje 10 mil custodiados em delegacias e cadeias públicas. No ano passado nós tivemos uma média diária de 200 prisões. Era 160, foi pra 200. Prendemos mais e tem que colocar em algum lugar. Esperamos a conclusão destas obras para dar conta de zerar esta situação de algumas delegacias lotadas ainda”, disse Richa.
Durante a campanha à reeleição em 2014, Beto Richa prometeu construir e entregar 14 unidades prisionais. Segundo o Depen (Departamento Penitenciário), essas obras vão gerar cerca de 7 mil vagas e a instalação de celas modulares devem abrir 684 novas vagas no sistema carcerário estadual. Contudo, a primeira unidade deve ser entregue em Campo Mourão neste ano. Quanto às demais, não há qualquer previsão.
Fugas e rebeliões
Em contraposição, a Adepol-PR (Associação dos delegados de Polícia do Estado do Paraná) revela que o risco de fuga e rebelião é muito grande devido à superlotação nas cadeias e nas delegacias. Apenas neste ano, 59 presos fugiram. Domingo, a polícia frustrou uma fuga em massa em Palotina, cuja cadeia foi interditada pela Justiça a pedido do Ministério Público.
