Cotidiano

Varejo reflete desafios

A tecnologia provoca rupturas profundas no estilo de vida das pessoas e desarticula por completo sistemas produtivos em processo de aperfeiçoamento desde a revolução industrial. As mudanças são tão intensas que exigem reflexões apuradas e a adoção de medidas rápidas para enfrentar as consequências da chamada antitecnologia, que são o desaparecimento de profissões, de empregos e o surgimento de grupos cada vez maiores de pessoas alheias e despreparadas para se integrar aos fundamentos de uma nova era.

Essa foi a síntese da exposição do presidente da Fecomércio, Darci Piana, na recente abertura de ciclos de projetos organizados pelo Acic Labs e parceiros para envolver e preparar empresários de Cascavel para um novo momento na vida da civilização mundial. Para um público de mais de 120 pessoas, Piana alertou que é obrigação das entidades do setor produtivo alertar os empresários para as coisas que ocorrem no mundo, das transformações e de novas realidades que, ao mesmo tempo em que abrem novas possibilidades, trazem em um primeiro momento impactos enormes principalmente no campo do emprego.

 

Informações e ferramentas

O grande desafio é oferecer informações e ferramentas para que esses empreendedores possam acompanhar essa evolução. “Todos precisamos fazer e rápido o dever de casa. Quem conseguir acompanhar as novidades seguirá ativo, mas quem ficar para traz e se acomodar estará fora do mercado e em dificuldades em pouco tempo”, ressaltou Darci Piana. Muitas profissões deixarão de existir em poucos anos e sistemas produtivos imensos, que empregam milhões de pessoas em todo o planeta, simplesmente passam a ser desarticulados pelas novas tecnologias. Entre elas estão o carro elétrico, que coloca a cadeia dos combustíveis fósseis em xeque, e as impressoras 3D, que promove rupturas na indústria e na logística de transportes.

 

 

Renda ameaçada

O assunto é muito sério, conforme Piana, porque milhões vão perder a sua fonte de renda. “Precisamos encontrar meios para que esses postos de trabalho que serão perdidos sejam substituídos para que as pessoas sigam produzindo, com renda e movimentando o consumo”. A busca da inovação é o caminho, segundo o presidente da Fecomércio, citando o exemplo da Acic que, de olho nos novos cenários, cria uma aceleradora tecnológica para envolver seus associados em reflexões, atividades e projetos com foco na mudança. O primeiro passo rumo a um novo futuro precisa ser dado já, alerta Darci Piana.