A rotina de uma família que precisa passar pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal é repleta de adaptações para garantir todo o respaldo necessário para esse bebê que ainda requer de muitos cuidados. O trabalho realizado nesse tratamento intensivo é de grande relevância para que cada criança, que ainda deveria estar em uma gestação intrauterina, receba do lado de fora a máxima atenção necessária para a qualidade de vida atual e futura desse recém-nascido.
Uma das ações desenvolvidas no HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), dentro da UTI neonatal, importante para o desenvolvimento desse bebê, é a Fisioterapia. O trabalho começa desde o momento em que a criança chega ao local, com acompanhamento e avaliações, e vai prosseguir ainda, mesmo após a alta hospitalar. “É muito importante uma intervenção precoce, eu ter a possibilidade de avaliar e se necessário realizar os atendimentos antes que impedimentos, prejuízos mais sérios, tanto motores como sensoriais fiquem muito mais persistentes. Esse bebezinho que deveria estar intraútero, está em ambiente externo, portanto ele precisa de continuidade do desenvolvimento do Sistema Nervoso Central, ou seja, cuidar desse bebê para que não tenha prejuízos futuros”, explica a fisioterapeuta Aneline Ruedell.
É um trabalho, muitas vezes, a longo prazo, que vai além do período que o recém-nascido está dentro do Hospital. De acordo com a fisioterapeuta, após essa saída da UTI o atendimento prossegue e vai ser muito necessária essa parceria entre os fisioterapeutas e a família, é um trabalho de observação, afinal as avaliações precisam persistir é no pós-alta que será acompanhada a evolução e a orientação do andamento para cada família. “A frequência de retorno dos bebês prematuros em voltar para acompanhamento fisioterápico vai depender do que avaliamos dentro da UTI, pode ser mensal, ou de 2 a 3 meses, mas existem casos que a gente percebe que é necessário mais atenção. Marcar avaliações contínuas é essencial”, explica Aneline.
E essa atenção especial junto à família torna o tratamento muito mais eficaz, desde o momento que o atendimento ainda acontece na UTI até o pós-alta. A orientação recebida pela família e a confiança de um acompanhamento é muito importante para quem está do outro lado, passando por uma situação atípica e delicada, muitas vezes repletas de dúvidas. Ana Paula de Melo da Silva, é mãe de Gael Pires da Silva, que nasceu em 21 de setembro, com idade corrigida para 16 de dezembro, o pequeno ficou por 40 dias na UTI neonatal do Huop, além de mais 3 dias na UCI (Unidades de Cuidados intermediários), porém uma vez por mês mãe e filho voltam ao ambulatório do hospital justamente para manter esse trabalho tão importante. Para Ana Paula é uma maneira segura de saber, diretamente com os profissionais como está a evolução do filho. “É essencial esse acompanhamento, ver como está o desenvolvimento dele. Me sinto muito mais tranquila, ainda mais com os resultados positivos que ele teve, não parece que nasceu aos 7 meses de gestação”.
O trabalho é diário, os profissionais avaliam caso a caso para saber como esse acompanhamento será necessário e de que maneira esse retorno ambulatorial irá acontecer. Por isso é importante destacar que toda as avaliações se iniciam ainda dentro do período que o recém-nascido ingressa na UTI.