Opinião

Coluna Juliano Gazola: mil dias no deserto

"Quem espera sempre alcança, se trabalhar enquanto espera"

Coluna Juliano Gazola: mil dias no deserto

O inventor e fundador da General Eletric, Thomas Alva Edison (1847-1931), escreveu há tempos: “Quem espera sempre alcança, se trabalhar enquanto espera”.

O estudo, a análise, o aprender com pessoas desenvolvidas nos garante, no mínimo, muitas horas de reflexão.

Uma pergunta lida recentemente atingiu grandes e profundas reflexões: Como fazer para que a alma das pessoas alcance uma elevada expressão de esforço com o nosso criador?

Para muitas pessoas, amar é uma tarefa difícil, comover-se perante a miséria alheia e compreender que, se temos muitas manchas morais, os outros também carregam suas imperfeições, e que, por isso, todos nós erramos.

Obviamente que amamos com muito mais facilidade aqueles com os quais nos conectamos pelos laços familiares, mas quão difícil é nem sequer compreender aqueles menos íntimos que nos irrogam o mal.

O filósofo e poeta latino Lucius Annaeus Sêneca (4 a.C – 64 d.C), no livro De Providentia, escreveu “Por que te espantas que os homens de bem, para que se fortifiquem, sofram golpes? Não existe árvore robusta nem vigorosa a não ser aquela que o vento castiga sem trégua, pois é para reagir à agressão que ela se torna compacta e finca as raízes mais firmemente: são frágeis as que cresceram em um vale abrigado. Portanto, é a favor dos próprios homens de bem, para que possam ser intrépidos, estar sempre às voltas com perigos pavorosos e suportar com tranquilidade os fatos que não são maus, a não ser para quem os suporta mal”.

O trabalho é o esforço persistente no labor incessante do Espírito imortal. Demanda desnudar o âmago de nossos sentimentos, dilacerando a espessa camada de orgulho e egoísmo, radicados no esboço de nossas mais nobres virtudes.

Há tempos, infelizmente, vivemos num mundo voltado às aparências e mergulhar dentro de si é empreita cruciante em prol do nosso aprimoramento.

Devemos, nessa ocasião, submeter nosso espírito ao buril do aperfeiçoamento moral, com coragem e perseverança, vencendo aos poucos as nossas más inclinações. Hoje respeitamos, amanhã compreenderemos. Mais tarde, amaremos. É um exercício paulatino e incessante.

É necessário realizar a obra do aperfeiçoamento interior. Você deseja ardentemente fazê-lo?

No passado, o conselho era que o homem deveria se insular no deserto, por mais de mil dias consecutivos. Hoje, que conselhos nós podemos oferecer? Qual o deserto que você deseja criar ou enfrentar?

Você está disposto a fazer o seu melhor por pelo menos mil dias?

Por isso, a resposta para a primeira pergunta, citada acima, é única, exclusiva e indelegável: Trabalhe, trabalhe, trabalhe.


Juliano Gazola é fundador da Bioliderança® no Brasil, business executive coach, reprogramador biológico

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