Genebra – A Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados) lançou ontem novas orientações para os governos que estão recebendo pessoas da Venezuela. Desde 2014, o número de venezuelanos à procura de asilo aumentou 2.000%. A informação é da ONU News.
A porta-voz do Acnur, Katerina Kitidi, disse em Genebra que, apesar de estas pessoas não serem refugiadas, também precisam de proteção internacional. O maior número de candidatos de asilo encontra-se nas Américas.
A Acnur desenvolveu um plano de resposta regional que inclui oito países das Américas e do Caribe. Segundo a agência, “os governos têm sido generosos na sua resposta, mas as comunidades de acolhimento estão sob uma pressão cada vez maior e precisam urgentemente de apoio robusto.”
A agência da ONU pede aos estados que “adotem medidas pragmáticas de proteção do povo venezuelano, como alternativas legais de permanência, incluindo vistos e autorizações temporárias”. Estes programas devem garantir acesso aos direitos básicos de cuidados de saúde, educação, unidade familiar, liberdade de movimento, abrigo e trabalho.
A Acnur “elogia todos os países que já introduziram estas medidas” e explica que “é crucial que estas pessoas não sejam deportadas ou forcadas a regressar.”
Crise humanitária
Em outra abordagem da crise venezuelana, o diretor executivo do PMA (Programa Mundial de Alimento), David Beasley, falou que a situação no país “é um desastre humanitário”. Segundo ele, apenas numa localidade 50 mil pessoas deixam o país de forma legal todos os dias. No total, 1 milhão de venezuelanos já abandonou o país. E ele diz que “vai tornar-se muito pior” antes que os venezuelanos possam começar a regressar para casa.