Política

Coluna Contraponto de 22 de março de 2018

Michele e TCE devem explicar nepotismo

O Ministério Público quer que o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo, e o presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Durval Amaral, se expliquem sobre possível caso de nepotismo cruzado. Segundo denúncia do SindSaúde, a filha do secretário ocupa cargo no gabinete do conselheiro enquanto uma cunhada do conselheiro ocupa cargo comissionado numa unidade da secretaria da Saúde.

Gratidão e medo

Os comentários do procurador-geral de Justiça, Ivonei Sfoggia, sobre a má gestão de Beto Richa teriam magoado o governador a tal ponto que a recondução dele ao cargo, mesmo com 85% dos votos dos colegas de todo o Paraná, só saiu ontem. A opção de Beto por engolir um sapo desse tamanho é de foro, tanto íntimo como privilegiado. O procurador falante salvou-o de uma notificação para explicar o desvio de mais de R$ 20 milhões dos recursos das escolas públicas paranaenses que teriam ido parar no caixa da campanha de reeleição, em 2014.

Esperteza

E desagradar o Ministério Público às vésperas de perder o foro privilegiado ao deixar o governo seria risco alto demais diante de um desassossego de momento. Ser notificado para falar sobre o desvio de dinheiro na Operação Quadro Negro poderia ter lhe custado a campanha para o Senado, que pretende disputar. E a primeira não notificação a gente nunca esquece.

Pra quem não sabe…

Só lembrando… numa gravação que se estendeu por mais de uma hora, diante de um grupo de promotores e procuradores, Sfoggia fez comentários nada republicanos, que, num resumo rápido poderiam ser colocadas assim: o governador Beto Richa nada conhece sobre a administração de sua própria gestão, não sabe reunir uma equipe competente de secretários, tem medo de perder o foro privilegiado e nem consegue identificar quando um subordinado está lhe enrolando.

Votação apertada

Profetas de plantão apostam que no julgamento do habeas corpus preventivo contra a prisão de Lula, no STF, hoje, o resultado será apertado, mas contrário ao ex-presidente. Votariam contra a concessão do habeas os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Cármen Lúcia. Seis contra estes cinco: Gilmar Mendes, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. A conferir.

Barros de saída

O presidente Michel Temer começará na próxima semana a reforma ministerial com mudanças nos comandos de Saúde e de Transportes. O que ficou combinado com o Palácio do Planalto é de que Ricardo Barros, do PP, deixará a pasta já na segunda-feira (26) e que Maurício Quintella, do PR, sairá na quarta-feira (28) ou quinta-feira (29).

Eleições

Os dois deixarão os cargos para serem candidatos nas eleições deste ano. Quintella tentará uma vaga ao Senado por Alagoas. Barros quer se reeleger ao cargo de deputado federal pelo Paraná, onde sua mulher, Cida Borghetti, concorre ao governo local. Ricardo Barros volta à Câmara Federal a tempo de assumir a relatoria da Comissão de Orçamento.

Substitutos

Para o lugar de Barros, pode ser nomeado o secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, Marcos Fireman. Ele foi apontado em delação premiada como operador de propina da Odebrecht que teria sido repassada ao ex-governador Teotônio Vilela (PSDB).