Toledo – Uma situação grave, com impactos violentos em relação à saúde pública e que só veio à tona nas últimas 24 horas. Uma ação de despejo movida pelo Hospital Bom Jesus de Toledo contra a Hoesp (Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná) veio a público e provocou grande desconforto. Uma reunião do Conselho de Administração na tarde de terça-feira (20) debateu o tema para que uma solução seja encontrada.
A entidade foi criada em 2004 para tornar possível o atendimento hospitalar pelo SUS e tem total isonomia com relação ao Bom Jesus. Desde então utiliza a parte do imóvel que é de propriedade do Bom Jesus. Em 2015, uma situação legal exigiu o pagamento do aluguel, exatamente para comprovar a independência dos órgãos. Só que ele não está em dia.
Em nota, a diretoria da Hoesp afirma que acionou seu departamento jurídico para que as possibilidades de negociação sejam conhecidas, mas que ainda não possui um posicionamento oficial sobre como resolver a situação. A mesma nota versa que ainda não existe ação judicial relacionada à noticiada desocupação do prédio do hospital, estando o processo com vistas ao Ministério Público, que irá lançar seu parecer nos autos quanto ao mérito do pedido. Enquanto isso, segue a insegurança da própria organização e da comunidade que depende do SUS.
A diretoria confirma que uma grave crise financeira é vivenciada pela entidade hospitalar e que não pode ser ignorada, mas que a Hoesp não tem a pretensão de se afastar de seus compromissos. O que ainda não se explica é como a silenciosa crise institucional e financeira se abateu entre os entes para que a situação fosse parar na Justiça.
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Também em nota, a Prefeitura de Toledo negou que tivesse conhecimento dos atrasos de aluguel e reiterou que os esforços para auxiliar a continuidade do atendimento serão mantidos. O fato estranho é que o atual secretário de Saúde de Toledo, Thiago Stefanello, é conhecido como o articulador da entidade, com relacionamento muito próximo tanto com o Hospital Bom Jesus como com a própria Hoesp.
Jogada política
Extraoficialmente, a ação é compreendida como uma estratégia para que a Hoesp conquiste um espaço nas instalações do futuro Hospital Regional de Toledo, pois inclusive já foi cogitada no passado para assumir temporariamente a gestão do órgão.
