Cotidiano

64% estão muito preocupados com surto de febre amarela

Dentre as doenças que costumam tirar o sono dos brasileiros no começo do ano, a febre amarela é que mais deixa a população apreensiva em todo o País. A maioria dos brasileiros está mais preocupada com essa doença do que com outras como dengue (16%) e zika (14%), segundo pesquisa realizada pela Ipsos. O Sudeste (73%), que concentra o maior número de casos, está mais apreensivo do que as demais regiões – Centro-Oeste (70%), Nordeste (63%), Norte (53%) e Sul (47%).

Três em cada dez entrevistados (28%) declararam que tomaram a vacina nos últimos seis meses. O número sobe para 45%, quando considerado apenas as respostas do sudeste, onde as campanhas contra a doença estão mais fortes. Os mais escolarizados são também os que mais se vacinaram – 37% dos entrevistados com ensino superior completo se protegeram contra a doença recentemente.

A ameaça da febre amarela é considerada algo muito preocupante para 64% dos entrevistados. Esse índice cresce no nordeste (77%), norte (75%) e sudeste (70%) e entre os sem instrução (75%) ou com até cinco anos de estudo (75%).

A pesquisa integra o estudo Pulso Brasil realizado mensalmente pela Ipsos. Foram entrevistadas presencialmente 1.200 pessoas em 72 cidades do Brasil entre 1º e 16 de fevereiro. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Ministério da Saúde atualiza casos

O Ministério da Saúde atualizou esta semana as informações repassadas pelas secretarias estaduais de Saúde sobre a situação da febre amarela no País. No período de monitoramento (de 1º de julho/2017 a 27 de março de 2018), foram confirmados 1.131 casos de febre amarela no País, sendo que 338 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 4.414 casos suspeitos, sendo 2.368 já descartados e 915 ainda em investigação, neste período.

No ano passado, considerando o mesmo período de monitoramento (julho/2016 a 20 de março/2017) eram 660 casos e 210 óbitos confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.

Embora os casos do atual período de monitoramento tenham sido superiores à sazonalidade passada, o vírus da febre amarela hoje circula em regiões metropolitanas do país com maior contingente populacional, atingindo 35,8 milhões de pessoas que moram, inclusive, em áreas que nunca tiveram recomendação de vacina. Na sazonalidade passada, por exemplo, o surto atingiu uma população de 9,8 milhões de pessoas.

Isso explica a incidência da doença neste período ser menor que no período passado. A incidência da doença no período de monitoramento 2017/2018, até 20 de março, é de 3,0 casos para 100 mil/habitantes. Já na sazonalidade passada, 2016/2017, a incidência foi de 6,6/100 mil habitantes, no mesmo período.

AMPLIAÇÃO

Todo o território brasileiro será área de recomendação para vacina contra a febre amarela. A medida será feita de forma gradual, iniciando neste ano e sendo concluída até abril de 2019. A ampliação é preventiva e tem como objetivo antecipar a proteção contra a doença para toda população, em caso de um aumento na área de circulação do vírus.

Atualmente, alguns estados do Nordeste e parte do Sul e Sudeste não fazem parte das áreas de recomendação de vacina. Com a ampliação, devem ser vacinadas 77,5 milhões de pessoas em todo o país. O quantitativo corresponde à estimativa atual de pessoas não vacinadas nessas novas áreas.