Brasília – O Governo Jair Bolsonaro cogita deixar para 2022 o Censo Demográfico 2020, programado para o ano que vem. Essa possibilidade foi incluída nas discussões da proposta de Orçamento de 2021, que será encaminhada ao Congresso no fim deste mês.
Os recursos para a realização do Censo, uma das principais pesquisas estatísticas do País, seriam remanejados para outras áreas no Orçamento, especialmente a Defesa. O valor é de R$ 2 bilhões.
Nas discussões sobre a proposta de orçamento, o governo tem privilegiado a ala militar. O Estadão divulgou ontem que o presidente Jair Bolsonaro ordenou, em duas ocasiões (segunda-feira, 17, e terça-feira, 18), um acréscimo total de R$ 2,27 bilhões ao limite sugerido de gastos à Defesa.
Somando a expansão determinada por Bolsonaro, a proposta de orçamento da Defesa alcança cerca de R$ 111 bilhões, valor R$ 8,1 bilhões superior ao sinalizado para a Educação, de R$ 102,9 bilhões. Os valores podem mudar até 31 de agosto, prazo final para envio do projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional.
A equipe econômica busca uma forma de viabilizar esses acréscimos feitos à Defesa e uma possibilidade é usar o recurso do Censo.
O adiamento do Censo está sendo tratado de forma cautelosa porque enfrenta muitas resistências dentro do governo. Com o aperto do teto de gasto – regra que barra o crescimento das despesas acima da inflação -, a solução para remanejar recursos tem sido cortar despesas de uma área para outra.