Rasgando a cartilha
Vários clubes comemoraram a MP 984, anunciada dia 20 de junho pelo presidente da República logo após reunião com dirigentes esportivos que posaram para foto em meio aos usos políticos que a situação favorece.
Mais que isso: bradaram que era a carta de alforria dos direitos de transmissão detidos pela Rede Globo, e que era justo que esse direito seja dos mandantes. Porém, o que vimos na última quarta-feira foi o principal articulador da regra simplesmente “assassinar” a MP que ele mesmo articulou.
Mais do que isso, o Flamengo rasgou a lei. Desrespeitou os demais clubes e, mesmo depois de nota oficial posando de bom moço, usou o “jus sperniandi” para tentar fazer a transmissão. Felizmente, em segunda instância, a coisa foi bloqueada.
Não foi a primeira vez. Quando da fundação da Primeira Liga, o time rubro-negro também roeu a corda.
Por isso, a vitória do Fluminense está sendo comemorada por tanta gente, especialmente aqueles que gostam das coisas certas, que não cedem aos interesses e sabem conviver com direitos e benefícios dos outros.
Independente do que possa acontecer nos dois jogos finais – o Flamengo segue sendo favorito em campo -, o Fluminense foi o grande vitorioso de quarta. Teve números expressivos em sua transmissão, batendo o recorde da semana passada do próprio Flamengo. Teve boa arrecadação e ainda quebrou a série invicta do adversário, deixando o português nervoso no banco de reservas.
Gol dos caras
Muita gente está questionando o estilo de transmissão nas TVs dos clubes, sem sequer citar o nome dos jogadores adversários. É a diferença que o jornalismo defende, chamada imparcialidade. E isso que estamos falando só de futebol. Também considerei um pouco exagerada a torcida na transmissão, mas não posso falar muito. Afinal, em 2018, quando narrei os jogos do FC Cascavel pela Catve FM, falava “gol dos caras” quando os adversários marcavam. Enfim, novos tempos.
Calendário
Com dificuldades financeiras, os times da Série D aguardam uma manifestação da CBF sobre procedimentos administrativos – leiam, ajuda – que podem pintar em viagens e taxas. Porém, a principal mudança pode ser na tabela de jogos. Até agora, já deveríamos ter realizado 13 rodadas. Como a tabela marca jogos apenas aos domingos, os times querem partidas nas quartas para fechar o calendário até dezembro e não precisar emendar os contratos dos atletas.
Ausência
A Federação Paranaense de Futebol ainda não conseguiu a reunião com o governo do Estado nem deu informações aos clubes, que seguem sem saber o que fazer, especialmente Cianorte e Rio Branco, que não têm calendário nacional. Enquanto isso, as federações de São Paulo e Rio Grande do Sul anunciaram que vão custear transporte e hospedagem para alguns clubes.
Cofre vazio
O Coritiba não está conseguindo pagar as parcelas de dívidas trabalhistas ou de execuções no montante de R$ 41 milhões. A alegação é a queda de receita ao longo da pandemia. Por isso, o departamento jurídico do clube já se movimentou para tentar evitar penhoras, incluindo as futuras rendas de jogos e cotas de TV, o que poderia inviabilizar as atividades do clube.
China fora
Não sei se alguém iria, mas a China anunciou o cancelamento de todos os eventos esportivos internacionais que estavam previstos no país neste ano. A decisão atinge a Fórmula 1, os principais torneios mundiais de golfe e sete torneios de tênis feminino da WTA. Até o momento, as exceções são os torneios preparatórios e classificatórios para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, programados para 2022.
Pato em quadra
Atual bicampeão da Liga Futsal, o Pato Branco deve retomar os treinos coletivos presenciais na próxima semana. A cidade tem feito um rígido esquema de isolamento, uso de máscara e restrição de circulação de menores de 12 anos, e os protocolos estão sendo seguidos por comércio e diversos setores. “Estamos alinhavando isso com as autoridades de saúde e a a diretoria do Pato Futsal”, disse o secretário de Esporte, Paulo Stefani.