Cotidiano

Hidrelétrica de Itaipu abre vertedouro para ajudar países vizinhos

A medida é uma decisão das chancelarias brasileira e paraguaia e referendada pelo Conselho Administrativo e também vai favorecer a Argentina, pelos mesmos motivos

A previsão é de que o vertimento dure ao menos 12 dias - Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu
A previsão é de que o vertimento dure ao menos 12 dias - Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu

Foz do Iguaçu – A partir da próxima segunda-feira (18), a usina de Itaipu vai abrir seu vertedouro numa operação de ajuda ao Paraguai, que sofre com a forte estiagem e precisa dar escoamento à safra de grãos do país. A medida é uma decisão das chancelarias brasileira e paraguaia e referendada pelo Conselho Administrativo e também vai favorecer a Argentina, pelos mesmos motivos. Abaixo da usina, a ajusante, o Rio Paraná está praticamente seco, causando problemas de navegabilidade para os países vizinhos.

O vertimento inicial previsto deve durar 12 dias. A Itaipu garante que não haverá prejuízo para a produção, já que a demanda solicitada continua baixa.

Há mais de um mês, governos brasileiro, paraguaio e argentino vêm negociando maior produção da usina de Itaipu, que havia sido reduzida em função do desaquecimento da economia.

Naquele momento, o reservatório da hidrelétrica ainda não estava na sua cota normal, que é de 219 metros do nível do mar. Desde a semana passada, o nível voltou a ser normalizado e ontem alcançou 219,27m. Antes da abertura do vertedouro, a usina já havia aumentado gradativamente a geração para atender os vizinhos argentinos.

Com esse aumento, mais água que passava pelas turbinas, por volta de mil metros cúbicos de água por segundo a mais, já vinha contribuindo para mitigar os efeitos da estiagem logo abaixo da cascata da usina.

Neste ano, Itaipu gerou 28.224.362 MWh. Na produção acumulada em 36 anos de operação, chega a 2.716.431.155 MWh, energia para iluminar o mundo todo por 43 dias. “É um período delicado que requer alinhamento e solidariedade ao povo irmão paraguaio”, disse o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.