Política

Coluna Contraponto do dia 19 de junho de 2018

Prepare-se: Copel prepara aumento da luz

Audiência pública da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que se realiza nesta terça-feira (19) em Brasília, deve aprovar aumento da conta de luz requerido pela Copel em índice que passa dos 15% para os consumidores residenciais. O reajuste passa a valer a partir do dia 24. Para os consumidores de alta tensão, isso é, indústrias, shoppings, grandes estabelecimentos e até condomínios residenciais, a conta deve vir ainda mais salgada, da ordem mínima de 17%.

Dia de Gleisi I

A advogada Gleisi Hoffmann começou a militância política no PCdoB, o partido mais à esquerda já criado no Brasil, mudou para o PT e chegou a chefe da Casa Civil do Governo Dilma, o segundo cargo da República e o mais alto já ocupado por uma mulher paranaense na política.

Dia de Gleisi II

Nos dias de glória, ela e o marido, ex-bancário de Londrina, Paulo Bernardo, eram o casal mais poderoso de Brasília e, nessa condição, ajudaram a eleger até o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT). Se não fosse uma lava jato brasiliense despertar suspeitas de grandes lavagens de dinheiro público, poderiam ter ido muito mais além, conquistando o Palácio Iguaçu e até fatias imensas do governo federal.

Dia de Gleisi III

No contexto dos valores divulgados pela Lava Jato em termos de propinas e doações de campanhas por todo o País, R$ 1 milhão da Odebrecht para a campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado em 2010 é mixaria. Mas ela e o marido respondem, como tantos outros, pelo conjunto da obra, onde entram desvios de recursos até de aposentados.

Dia de Gleisi IV

Gleisi será julgada nesta terça-feira (19) pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, mais amena no trato com políticos envolvidos em irregularidades.

Caminho das pedras

De cada um dos dez anexos que compõem a proposta de delação de Maurício Fanini, o pivô da Operação Quadro Negro, constam vários “caminhos” para que investigadores possam comprovar ou desmentir o que ele disse perante a PGR (Procuradoria-Geral da República). A peça se encontra agora na primeira instância estadual e a apuração dos fatos saiu da mãos da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal) para o âmbito do Ministério Público Estadual (Gaeco) e da 9ª Vara Criminal de Curitiba.

Linhas de apuração

As principais linhas de investigação devem privilegiar as relações entre a família Richa e o amigo Jorge Teodócio Atherino que, segundo Fanini, teria sido encarregado pelo ex-governador para pagar-lhe mesada de R$ 12 mil visando manter seu silêncio. O delator cita ocasiões e lugares onde o dinheiro foi entregue e onde há câmeras por todo lado para registrar presenças e gestos – como é o caso do Country Club, citado várias vezes por Fanini como local dos encontros.

O pagador

É citado também como pagador de mesada um diretor de empresa que opera terminais no Porto de Paranaguá, num edifício do Centro de Curitiba também vigiado por câmeras. Há datas e horários de comparecimento de Fanini para buscar valores anotados nos anexos da delação de Fanini. Os dois casos caracterizam um caso típico de tentativa de obstrução da justiça.

Outra linha

Outra linha de investigação da qual o Gaeco deverá se ocupar envolve outra vez o mesmo empresário Jorge Atherino, em cujo apartamento existiria (ou existiu) um armário falso dentro do box do banheiro para guardar o dinheiro. O empresário é apontado por Fanini como sócio e/ou intermediário de lucrativos negócios imobiliários com empresa da família Richa (a BFMAR, iniciais do casal e filhos) e cita os exemplos de dois imóveis situados à beira da BR-277, no caminho para Paranaguá.