Política

Corrupção: Justiça condena dez na Operação Carne Fraca

Sete pessoas foram absolvidas. Nenhum político é citado nessa ação.

Curitiba – Dez pessoas investigadas pela Operação Carne Fraca foram condenadas pela da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. A sentença do juiz Ricardo Rachid de Oliveira foi publicada nessa terça-feira (21). Sete pessoas foram absolvidas. Nenhum político é citado nessa ação.

A operação investigou irregularidades que teriam sido cometidas no âmbito da SFA/PR (Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Paraná), do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Conforme a PF (Polícia Federal), os servidores do órgão recebiam propina para deixar de realizar algumas fiscalizações nas sedes das empresas, e atuavam para acelerar processos dessas empresas dentro do Mapa.

Segundo as investigações, o esquema no Paraná era comandado pelo ex-superintendente regional do Mapa Daniel Gonçalves Filho e pela chefe do Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal) Maria do Rocio Nascimento. Na sentença, o juiz cita que Maria e Daniel participaram da “formação de um grande esquema de corrupção envolvendo empresários do ramo frigorífico e servidores públicos federais. O esquema consistia no pagamento sistemático de vantagens indevidas em troca de favorecimentos na estrutura do Ministério”.

Foram condenados:

Daniel Gonçalves Filho – delator e ex-superintendente do Mapa; condenado a 8 anos, 4 meses e três dias em regime fechado por corrupção passiva e violação de sigilo funcional;

Eraldo Cavalcanti – fiscal agropecuário no Paraná e responsável por fiscalizar a Peccin; condenado por corrupção passiva a 5 anos de prisão em regime semiaberto;

Maria do Rocio – médica-veterinária e chefe do Sipoa, na Superintendência Regional do Paraná; condenada por corrupção passiva a 8 anos e 4 meses de prisão em regime fechado;

Renato Menon – fiscal federal agropecuário; condenado por corrupção passiva a 5 anos de prisão em regime semiaberto;

Alice Mitico Gonçalves – esposa de Daniel Gonçalves Filho, atuou na parte de lavagem de capitais dos valores ilícitos recebidos pelo marido, segundo a PF; condenada por corrupção passiva a 2 anos, 4 meses e 26 dias de prisão, convertidos em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária;

Daniel Ricardo dos Santos – químico industrial e representante do frigorífico Souza Ramos; condenado por falsificação ou adulteração de substâncias alimentícias e uso de substâncias proibidas em alimentos a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto;Flavio Cassou – delator, médico-veterinário, funcionário da Seara, empresa da JBS; condenado por corrupção ativa a 9 anos, 3 meses e 3 dias de prisão em regime fechado;

Mara Rubia Mayorka – irmã de Maria do Rocio e condenada por corrupção passiva a 4 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto;

Roberto Borba Coelho – condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto por corrupção ativa;

Sonia Mara Nascimento – condenada a 4 anos e 4 meses por corrupção passiva em regime semiaberto.