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Entregue e fechado há quatro anos, Hospital Regional começa a ser reformado

O prazo máximo para entrega da obra é de oito meses, mas a administração municipal pediu agilidade

Após quatro anos entregue e fechado, prédio do Hospital Regional passa por obras - Foto: Fabio Ulsenheimer
Após quatro anos entregue e fechado, prédio do Hospital Regional passa por obras - Foto: Fabio Ulsenheimer

Hospital Regional: Obras começam e prédio deve ser finalizado em oito meses

Reportagem: Cláudia Neis

Toledo – Após quase quatro anos finalizado e nunca usado, o prédio do Hospital Regional de Toledo inicia uma ampla reforma e adequação. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada ontem (6) à tarde e os funcionários da Construtora Guilherme, vencedora da licitação, já iniciaram os trabalhos. O prazo máximo para entrega da obra é de oito meses, mas a administração municipal pediu agilidade: “Nós sabemos de toda a complexidade da obra… São 11 projetos para serem executados, mas eu já solicitei à construtora que, por conta da importância que a obra tem para Toledo e para a região, houvesse essa compreensão e que o prédio fosse entregue antes do prazo… Tão logo fique pronto, com as licenças necessárias e tudo o que a lei exige, faremos a abertura”, disse o prefeito Lúcio de Marchi.

Um dos proprietários da Construtora, Edson Mendes, afirmou ter consciência da importância da obra, mas não garantiu a antecipação da entrega: “Nós já acompanhamos a situação da obra há muito tempo e sabemos da complexidade da obra. E, sem dúvida, nossa equipe, juntamente com a equipe da prefeitura, vai trabalhar com o maior empenho e dedicação para que tudo seja entregue no prazo e quem dera a gente consiga antecipar para atender a esse anseio da população”.

Fiscalização

Uma equipe formada por cinco engenheiros civis e elétricos vai acompanhar e fiscalizar a obra. E a promessa é de que as falhas que antes não foram verificadas, conforme apontado no relatório pericial feito por um engenheiro elétrico e divulgado pelo Jornal O Paraná, não ocorram durante a reforma. “Nós sabemos que não é interessante reformar um prédio que nunca foi usado, mas não é possível abrir um hospital nesse local sem essa reforma. Acompanhamos a situação da obra desde o início da gestão e temos o levantamento de tudo o que precisa ser feito para que o prédio possa ser utilizado e podemos garantir que essa equipe multidisciplinar está preparada para fiscalizar todo o processo e garantir que a obra seja feita da melhor forma”, afirmou um dos integrantes da equipe de fiscalização, o engenheiro Rodrigo Sales.

R$ 11 milhões

A obra, que já custou mais de R$ 20 milhões, tem a reforma orçada em mais de R$ 11 milhões e a maior parte do investimento sairá dos cofres do Município. “São cerca de R$ 6 milhões para a empresa que avaliou o prédio e refez os projetos e pouco mais de R$ 5 milhões que serão pagos à construtora pelo trabalho. Desse valor todo, apenas R$ 3,4 milhões que são referentes à climatização do ambiente é que vieram da Secretaria de Saúde do Estado. O restante é a da prefeitura”, afirmou o prefeito Lúcio de Marchi.

Valores mais uma vez questionados pelo vereador Ademar Dorfschmidt, que integrou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apurou irregularidades na obra do HRT. “Esse valor é absurdo! É uma maquiagem que estão fazendo. Nós temos gravado que a empresa responsável pela construção do Hospital faria todo o trabalho de adequação por R$ 800 mil, mas a prefeitura não quis. Aí fez licitações milionárias e de R$ 800 mil passou para R$ 11 milhões. Além disso, estamos iniciando um ano eleitoral e mais uma vez estão utilizando a obra [do hospital] como publicidade. Sem contar que a empresa vencedora da licitação é investigada por pagamento de propina [na Quadro Negro]… Então, pra mim, não passa de mais um golpe na população”, ressalta Ademar.

Equipamentos

De acordo com o vereador Ademar, os equipamentos, que custaram mais de R$ 6 milhões e estavam no HRT, foram removidos para uma transportadora – escolhida por licitação – e o aluguel do espaço tem custo de R$ 70 mil por ano. Mas Ademar alerta que, por conta do tempo, eles já estão perdendo a garantia.

A prefeitura foi questionada sobre a situação, mas não houve retorno.

Gestão hospitalar

A Secretaria de Saúde de Toledo informou que discussões sobre a gestão do HRT seguem em paralelo com a obra. “Temos o Consamu [Consórcio Intermunicipal Samu Oeste], que está à disposição para fazer a gestão. Os 43 prefeitos já aprovaram. E temos uma comissão instituída especificamente e que já vem fazendo a discussão em torno disso, porque, assim que a obra for concluída, as equipes precisam estar contratadas e capacitadas para iniciar a gestão hospitalar. Por isso, tudo precisa caminhar em paralelo”, explicou a secretária Denise Liell.

Ela lembrou que a estrutura vem para mudar a realidade de espera de cerca de 400 mil habitantes da região oeste.

TAC: Multas passam de R$ 600 mil

Os prazos estipulados no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre o Ministério Público e a Prefeitura de Toledo já venceram e a multa ultrapassa os R$ 600 mil. A reportagem não conseguiu contato com o promotor responsável pelo caso, pois o expediente só volta hoje (7), mas a última informação repassada dava conta de que o possível acordo para que os valores fossem aplicados no próprio Município não foi aprovado e que por isso a prefeitura terá de quitar o débito e os valores serão repassados ao Estado.

Os detalhes do pagamento ainda estão sob análise da Promotoria.

Também não há informação se o início das obras suspende a aplicação diária das multas ou elas continuam até que o hospital inicie de fato o atendimento ao público.

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