Rio de Janeiro – Esperado como um trunfo para fechar as contas do governo, o megaleilão do pré-sal, nessa quarta-feira (6), frustrou as expectativas da equipe econômica de arrecadar R$ 106,5 bilhões. A Petrobras – com as chinesas CNOOC e CNODC – arrematou duas das quatro áreas oferecidas, pagando R$ 69,96 bilhões. As grandes petroleiras ficaram de fora e os outros dois campos não tiveram oferta.
Além do impacto para as contas do governo federal, os recursos do leilão foram usados como moeda de troca para a aprovação de medidas de ajuste, como a reforma da Previdência. Dos quase R$ 70 bilhões, a Petrobras vai ficar com R$ 34,6 bilhões e o restante deve ser dividido entre estados (15%), municípios (15%), União e Rio de Janeiro.
Considerada a maior descoberta já feita no Brasil, o campo de Búzios foi vendido à estatal em parceria com as duas petroleiras chinesas, sem ágio. Isso significa que será partilhado com a União o percentual mínimo do lucro com a produção. O governo vai ficar com 23,24% dos ganhos e o pagamento será feito em óleo.
Nessa concorrência, saiu vitorioso quem se comprometeu a partilhar maior fatia da produção com o governo federal, o chamado lucro-óleo. Os percentuais mínimos são definidos em edital e o ágio é calculado sobre esses valores.
A Petrobras foi também a única a apresentar oferta pelo campo de Itapu, com bônus de assinatura de R$ 1,76 bilhão e ágio mínimo de 18,15%. A empresa já tinha antecipado o interesse na área.
Os outros dois campos oferecidos – Atapu e Sépia – não receberam lances e serão oferecidos novamente em outros leilões pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), provavelmente daqui a nove meses.