Pela primeira vez na história, a oferta de vagas nos cursos de graduação na modalidade educação a distância (EaD) é maior que a do ensino presencial no Brasil, revela o Censo da Educação Superior divulgado ontem pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e pelo MEC (Ministério da Educação).
Em 2018, foram ofertadas 7,1 milhões de vagas nos cursos de educação a distância e 6,3 milhões em cursos presenciais. O número de cursos EaD cresceu 50% em um ano, passando de 2.108 em 2017 para 3.177 em 2018.
Com custo quase que pela metade dos cursos presenciais, os EaDs têm caído no gosto popular. A questão é: e a qualidade desse profissional, como fica?
Dá para comparar um estudante que passa cinco dias por semana em sala de aula e é submetido a trabalhos e provas individuais e sem consulta com aquele que assiste às aulas por vídeo e estuda por “xerox”, fazendo avaliações semanais no conforto da sua casa?
Cada caso é cada caso, vão responder. Mas, em uma breve comparação, não dá não.
O conteúdo ministrado em sala de aula pode não abordar tudo o que está escrito no livro, mas as discussões, as reflexões, o incentivo a pensar e questionar formam um profissional muito mais preparado que aquele que precisa aprender pelo conteúdo disponibilizado.
Claro que as instituições oferecem suporte para dúvidas e consultas, mas (de novo!) não são cinco dias por semana.
Grosso modo, o EaD virou uma fábrica de diplomas. Em poucos anos o Brasil terá multiplicado seu número de formados no ensino superior, mas ninguém poderá atestar o nível da qualificação.
Sem dúvida, há ótimas e renomadas instituições que buscam manter o nível elevado dos seus alunos. Mas isso não é regra; ao contrário, está a cada dia mais como exceção.