O novo esquema vacinal contra a paralisia infantil passou a valer nesta segunda-feira (4) e, agora, a tradicional vacina oral com gotinha contra a poliomielite deixa de ser ministrada oficialmente em todo o país.
Com a mudança estabelecida pelo Ministério da Saúde, as duas gotinhas da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) foram substituídas por um modelo injetável, a vacina inativada poliomielite (VIP).
Desde 28 de setembro de 2024, o DF não aplica mais as doses de reforço VOPb. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o Zé Gotinha – personagem lançado nos anos 1980 – se tornou uma marca da luta contra a poliomielite.
No entanto, também entrou em campo para alertar sobre a prevenção a outras doenças preveníveis por meio da imunização, como o sarampo. Portanto, ele continuará em atividade.
O novo esquema vacinal ocorrerá da seguinte forma:
- 2 meses: 1ª dose;
- 4 meses: 2ª dose;
- 6 meses: 3ª dose;
- 15 meses – dose de reforço.
Orientação científica
O Ministério da Saúde determinou o novo esquema de vacinação em todo Brasil, com base em evidências científicas e recomendações internacionais. Após a aplicação das três primeiras doses, o imunizante injetável confere praticamente 100% de proteção, com altos níveis de anticorpos.
Já para as doses de reforço em crianças de 15 meses a 5 anos, a orientação é comparecer às unidades básicas de saúde (UBSs) para definir as datas de vacinação.
A decisão de aposentar a gotinha foi anunciada em julho de 2023, após a medida ser aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) do Ministério da Saúde.
A medida segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que todos os países interrompam o uso da gotinha. Os Estados Unidos e diversos países europeus, por exemplo, não usam a VOP há mais de uma década.
Poliomielite
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus. Ele pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou por secreções eliminadas pela boca de doentes.
Em mais graves, o vírus pode atingir a corrente sanguínea e chegar ao cérebro. Se isso acontece, a infecção provoca danos no sistema nervoso central, que podem levar a algum grau de paralisia irreversível.
A doença foi erradicada no Brasil em 1994. No entanto, a queda representativa na cobertura vacinal registrada nos últimos anos gerou alerta entre as autoridades sanitárias, devido ao risco de volta dos casos,
Fonte: Metrópoles