Horas após o anúncio do governador Ratinho Junior de medidas restritivas para 134 municípios que fazem parte das sete regionais de Saúde com maior incidência de casos de covid- 19, incluindo as Regionais de Foz do Iguaçu, de Cascavel e de Toledo, o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais do Município, anunciou que vai recorrer da determinação. “O nosso procurador jurídico, Luciana Braga Côrtes, já prepara a documentação administrativa e o secretário de Saúde, Thiago Stefanello, também está finalizando uma planilha de dados que mostram que Cascavel tem feito o dever de casa com responsabilidade no enfrentamento ao novo coronavírus. Assim, até quinta-feira (2) vamos recorrer à Secretaria de Estado da Saúde em relação às medidas. Nós, desde o início, temos trabalhado para salvar vidas, mas também garantir que o setor econômico sobrevivia”, argumenta o prefeito.
Considerado um “epicentro” da pandemia no Paraná, Cascavel é a segunda cidade do Estado em número de casos (2.970) e terceiro em mortes (50), e vem sendo citada com preocupação já há algumas semanas pelo secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.
Contudo, Paranhos atribui o número elevado de casos à quantidade de testes aplicados.
Em relação à situação econômica, ele citou o número de desempregados e as diversas vezes que o Ministério Público e o Poder Judiciário solicitaram medidas mais drásticas e o Município apresentou a situação do enfrentamento.
Durante o anúncio, Ratinho lembrou que esta é a primeira vez que o Estado determina regras e pediu a colaboração de todos: “No início da pandemia, nós não determinamos medidas, pois as realidades dos municípios são diferentes. Mas, nesse momento, é preciso tomar decisões coletivas, pois, nesses locais em que essas medidas serão adotadas, os casos vêm crescendo de forma semelhante e isso requer ações conjuntas”, afirmou o governador.
O muda com o decreto?
O decreto estadual determina a suspensão de todas as atividades consideradas não essenciais. Assim, devem ficar fechados por 14 dias shoppings, galerias, comércio de rua, feiras, salões de beleza, academias, bares, casas noturnas; transporte público restrito a trabalhadores dos serviços essenciais; funcionamento dos mercados de segunda a sábado, das 7h às 21h; com até 30% da capacidade total; suspenso o funcionamento de serviços de conveniência em postos de combustíveis (exceto nas rodovias); restaurantes e lanchonetes poderão atender somente no sistema drive-thru, delivery ou retirada no balcão; reuniões profissionais ou pessoais devem ser realizadas virtualmente e, quando necessário, com até cinco pessoas; abertura de parques, praças e demais áreas coletivas ao ar livre fica a critério de cada prefeitura.
Também estão suspensas as cirurgias eletivas diante da escassez de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares.
A fiscalização fica a cargo da Polícia Militar em parceria com as Guardas Municipais, sob pena de multa em caso de descumprimento.