Saúde

Paraná é referência para o Brasil em captação e doação de órgãos

Paraná é referência para o Brasil em captação e doação de órgãos

Cascavel – Quando o assunto é doação de órgãos, o Paraná tem feito o dever de casa. Além de setembro ser o mês destinado à prevenção do suicídio, o mês também é conhecido pela campanha de doação de órgãos, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre o tema e a importância de ser um doador. A data comemorativa é 27 de setembro.

No primeiro semestre deste ano foram efetivadas no Paraná 39,7 doações em média por milhão (pmp) de habitantes, ou seja, 10% superior que os 35,8 registrados no fim do ano passado. Com o resultado, reassumimos a ponta, na frente de Santa Catarina.

Conforme dados apurados junto ao Registro Brasileiro de Transplantes, da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, o segundo colocado, Santa Catarina, alcançou 37,9 pmp, à frente do Ceará, com 24,9. Os números são bem superiores à média nacional, de 15,4 pmp. Outro ponto a ser destacado é com relação à fila de espera por órgão, que era de 51.674 pessoas no Brasil, até o mês de junho. No Paraná, a fila por transplante de órgão é de 2.475 pessoas. Já na pediatria, a fila nacional é de 1.009 pacientes, sendo que no Paraná, são 51.

Em números absolutos, o Paraná está em segundo, com 230 doações nos primeiros seis meses do ano, ficando atrás de São Paulo, com 453 doações e que possui quatro vezes a população do Paraná. O Estado permaneceu na liderança nacional por milhão de população em transplantes de rim entre os 20 estados habilitados, com 36,6 pmp e 212 transplantes. Em relação às cirurgias de fígado, apresentou 151 transplantes.

O Paraná também aparece entre os seis estados da federação em transplantes de pâncreas (0,7 pmp), pulmão (0,2 pmp), medula óssea (29,1 pmp) e córnea (70,2 pmp). O relatório divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos revela ainda que o Paraná ficou na sétima colocação em procedimentos do coração, totalizando sete no total.

 

Capacitação profissional

Esse desempenho do Estado é atribuído à estrutura de profissionais capacitados, além de transporte ágil e eficiente. Em situação em que o doador se encontra a mais de 200 quilômetros de distância do receptor, é acionado o apoio aéreo. No ano passado, foram 65 missões de voo para transporte de 194 órgãos. O Paraná manteve o baixo índice de recusa dos familiares, com índice de 27%. Entre os maiores motivos pela não concretização da doação do órgão, consta a contraindicação medica, totalizando 32%.

 

EM CASCAVEL

Para marcar o mês de conscientização de doação de órgão, algumas atividades foram programadas em Cascavel. No próximo dia 7 de setembro, as equipes de transplante do município vão marcar presença no desfile e no dia 27, Dia Nacional de Conscientização da Doação de Órgãos, ocorrerá a partir das 9h a Caminhada pela Vida, no Lago Municipal. De acordo com a chefe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), Gelena Gomes Versa, a caminhada envolverá toda a comunidade e terá uma volta completa no Lago Municipal. “Os participantes estarão com balões em forma de coração e placas de conscientização sobre a importância de doar os órgãos”, comenta ela, que é membro da comissão há 15 anos.

As comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes, são subordinadas e regidas pela Organização a Procura de Órgãos do estado do Paraná, a OPO. As instituições de Saúde e a OPO, em consonância e parceria com a Central Estadual de Transplantes, atuam diretamente no acolhimento familiar daqueles que passam pelo luto ao perder um ente querido. Além desse trabalho de auxílio a essas famílias, os profissionais atuam com intuito de orientá-las a realizarem o maior ato de amor e solidariedade que um ser humano pode fazer, salvar a vida de outro, uma pessoa que ele não conhece, mas a partir do sim para doação de órgãos ou tecidos, oportuniza uma chance de outro ser humano poder continuar vivendo.

“Temos, também, nesse bloco, profissionais que realizam os transplantes de tecidos, como o ocular, por exemplo, ação a qual traz a luz para muitos que estavam na escuridão da cegueira. Esses profissionais vêm nesse mês da doação lembrar a população da importância do ato de doar, sempre marcado pelo amor e a solidariedade, sem que não nos esqueçamos da importância da compaixão e da piedade àqueles que morrem nas filas de espera por um transplante. Diga SIM à doação de órgãos e tecidos!”, completa Gelena Versa.

Foto: HUOP