Curitiba – O Paraná está em alerta para a eventual chegada do novo coronavírus ao Estado. “Não há motivo para alarde, mas estamos num momento de globalização da economia, as pessoas vêm e vão”, justificou o secretário de estado de Saúde, Beto Preto, em coletiva nessa quarta-feira (29).
Por conta disso, o governo do Estado decidiu instituir o Coes (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública), grupo formado por profissionais da Sesa (Secretaria de Saúde do Estado) que vai gerir as ações estaduais para prevenir e combater infecções provocadas pelo vírus.
O grupo, composto por servidores das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental, da atenção primária, da urgência e emergência da Sesa e do Laboratório Central do Estado, foi criado segunda-feira (27) e terá reuniões diárias para discutir a situação e possíveis ações a serem realizadas no Estado. Além disso, será responsável por manter o diálogo com órgãos municipais e federais, para atuação em conjunto.
Conforme a Sesa, uma decisão do grupo foi a de estabelecer o Complexo do Hospital do Trabalhador, em Curitiba, e o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, como centros de referência para receber a avaliar casos suspeitos. Cada macrorregião do Estado também terá um centro de referência. A responsabilidade sobre os exames para confirmação ou não das suspeitas será do Laboratório Central do Estado.
Notificação e avaliação
A Sesa informou ainda que, seguindo os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, irá notificar todos os casos de infecção respiratória associados a passagens pela China até 15 dias antes da manifestação dos sintomas ou contato recente com pessoas que estiveram na China.
Para acelerar a identificação do vírus, a primeira avaliação será feita pelo Lacen, que realiza um exame que identifica o vírus influenza, cujo resultado pode ser obtido em até 48 horas. Conforme os profissionais do laboratório, não há coinfecção dos vírus, assim, quando o influenza é identificado, o coronavírus é descartado.
Os exames que identificam a nova cepa do coronavírus são realizados pela Fiocruz e os resultados saem em até uma semana.
Dois casos descartados
Os dois casos inicialmente notificados como suspeitos em Curitiba, de pessoas que passaram pela China nos últimos dias, foram classificados como viroses após exames clínicos e epidemiológicos. O rapaz de 29 anos e a mulher de 23 continuam internados e isolados.
Ontem à tarde o Ministério da Saúde informou que há mais um caso suspeito no Paraná ainda em investigação (leia mais na página 9). Contudo, a Sesa contradisse e garantiu que não há outros casos suspeitos.
Portos intensificam ações de prevenção
A empresa pública Portos do Paraná intensificou as medidas sanitárias e práticas de controle de tripulação para minimizar os riscos de infecção pelo novo coronavírus. Seguindo regulamentações sanitárias internacionais, a autoridade portuária segue um protocolo diferenciado para embarcações e tripulantes vindos das áreas epidêmicas.
As exigências aos navios seguem orientações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e estão publicadas na Ordem de Serviço 12/2020. A empresa pública também estabelece um regime ainda mais intensivo de limpeza nos controles biométrico de acesso às áreas alfandegadas.
Cartazes com orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do Ministério da Saúde já estão afixados nos diversos ambientes dos portos do Paraná, em três idiomas: português, inglês e mandarim.
Todos os dias quase 3 mil pessoas acessam as áreas primárias do Porto de Paranaguá, incluindo colaboradores, parceiros, terceiros e visitantes.
Este ano, entre os 156 navios que atracaram nos portos paranaenses, somente dois eram procedentes de portos chineses.