Menstruação irregular, pelos em excesso no rosto ou no corpo, aumento de peso e o surgimento de acne podem indicar a presença da síndrome dos ovários policísticos.
De origem ainda desconhecida, ela é uma doença metabólica geralmente identificada e acompanhada pelo ginecologista, mas que se beneficia de tratamento multiprofissional. “A síndrome só é caracterizada quando detectamos nos exames de imagem e laboratoriais a presença de, ao menos, três fatores conjuntamente: ciclo menstrual irregular, aumento da produção de hormônio masculino e aumento do tamanho dos ovários, que também apresentam microcistos”, explica Maurício Simões Abrão, médico gestor do serviço de Ginecologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo, a doença atinge entre 8% e 13% das mulheres em idade reprodutiva (entre 15 e 44 anos). “Por isso, é importante estar atento aos sinais que a síndrome apresenta e consultar um especialista o quanto antes para evitar problemas mais graves no futuro, como obesidade e diabetes – decorrentes da resistência à insulina resultante da síndrome -, ou a infertilidade, fruto da irregularidade da ovulação”, orienta Maurício Abrão.
O tratamento normalmente passa pela mudança do estilo de vida e, em alguns casos, há a necessidade do uso de medicamentos. “É essencial para as mulheres com essa síndrome se conscientizarem sobre a necessidade da adoção de rotinas mais saudáveis, com alimentação balanceada e prática de exercícios físicos, além de manterem o acompanhamento médico para descartar qualquer tipo de alteração nos ovários”, alerta o ginecologista.
Em casos extremos, uma laparoscopia pode ser indicada para um procedimento chamado drilling nos ovários, quando pequenas cauterizações ou vaporizações com laser são feitas nos ovários para estimular seu melhor funcionamento.
O especialista da BP recomenda, como forma preventiva, que a primeira consulta com o ginecologista seja realizada assim que a menina entrar na puberdade, período de transição da infância para a fase adulta. “Normalmente isso ocorre entre os 9 e 12 anos de idade e, a partir daí, é essencial que a consulta periódica com o ginecologista se torne um hábito”.