Saúde

OMS: distribuição de vacinas é escândalo de desigualdade

Segundo Tedros, 75% dos imunizantes aplicados até aqui foram administrados em apenas dez países

OMS: distribuição de vacinas é escândalo de desigualdade

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou a distribuição global de vacinas contra o coronavírus como um “escândalo de desigualdade que está perpetuando a pandemia”. Segundo Tedros, 75% dos imunizantes aplicados até aqui foram administrados em apenas dez países.

“Não há maneira diplomática de dizer isso: um pequeno grupo de países que fabrica e compra a maioria das vacinas do mundo controla o destino do resto do planeta”, criticou, em discurso durante a abertura da Assembleia Global de Saúde.

Tedros Adhanom ressaltou que o número de doses já aplicadas seria suficiente para imunizar todos os profissionais de saúde e idosos do mundo se distribuídas de forma equitativa. Ele voltou a criticar os governos que iniciaram a vacinação de crianças e grupos de baixo risco, o que seria feito “às custas” de pessoas vulneráveis em outras regiões.

De acordo com o diretor-geral, o programa Covax distribuiu 72 milhões de doses de profiláticos a 125 países, mas o volume não é suficiente. “Portanto, hoje estou pedindo aos Estados Membros que apoiem um grande esforço para vacinar pelo menos 10% da população de todos os países até setembro, e um “impulso até dezembro” para atingir nossa meta de vacinar pelo menos 30% até o fim ano”, destacou.

Em apelo a produtores, Tedros Adhanom pediu que as farmacêuticas reservem pelo menos 50% das doses produzidas este ano ao Covax. Ele elogiou a proposta de Índia e África do Sul de quebrar patentes de vacinas contra a covid-19. “Vários fabricantes disseram que têm capacidade para produzir vacinas se as empresas de origem estiverem dispostas a compartilhar licenças, tecnologia e know-how. Acho difícil entender por que isso ainda não aconteceu”, pontuou.