No jargão do futebol, a morte súbita era um método de desempate utilizado para definir o ganhador de um jogo eliminatório. Na saúde, porém, o termo é muito mais sério, conforme explica o cardiologista Cláudio Cirenza.
O óbito ocorre em até uma hora após o início dos sintomas em indivíduos supostamente saudáveis. No caso da morte súbita cardíaca, há um agravante: as vítimas têm cardiopatia congênita ou adquirida, normalmente não diagnosticada. “É um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Em dados mundiais, estima-se que 17 milhões de pessoas morram anualmente por doenças cardiovasculares e 25% delas são de morte súbita”, afirma Cirenza.
Conforme o especialista, na maioria dos casos, o indivíduo é supostamente saudável e a principal causa da morte é o infarto agudo do miocárdio.
Uma estimativa da American Heart Association mostrou que apenas 10% dos pacientes sobrevivem quando o evento ocorre em local público. Em residências, esse índice cai para 6%.
Ele esclarece que a presença do DEA (Desfibrilador Externo Automático) em pontos estratégicos, como shoppings, estádios, aeroportos, transporte público e condomínios, onde há grande circulação de pessoas, pode reduzir a quantidade de mortes súbitas. “É preciso, também, ter pessoas treinadas. A desfibrilação rápida, trazendo o coração de volta para o ritmo normal, é essencial para salvar o paciente”.
Segundo Cirenza, quanto mais pessoas são treinadas em reanimação cardiopulmonar, na sociedade como um todo, maiores são as chances de sobrevida da vítima. Atento a essa realidade, a Socesp promove o Projeto Social “Nós Cuidamos do seu Coração”, que já treinou mais de 5 mil crianças de escolas públicas, a partir dos 12 anos de idade, para identificar e prestar os primeiros socorros para pessoas acometidas por ataques cardíacos, incluindo a prática de massagem torácica. A iniciativa é liderada pelo diretor do Centro de Treinamento em Emergências da Socesp, Agnaldo Piscopo, e conta com a parceria da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.