Rio de Janeiro – O laboratório brasileiro União Química afirmou nessa segunda-feira (11) que iniciará a produção da vacina russa contra a covid-19 Sputnik V no Brasil no dia 15, mas apenas para exportação. A informação foi divulgada pelo diretor de negócios internacionais da companhia, Rogério Rosso, em entrevista à CNN Brasil.
Dentre os destinos do imunizante estariam as vizinhas Argentina e Bolívia, que já autorizaram o uso emergencial da fórmula.
A União Química firmou no ano passado um acordo com o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), responsável pelo financiamento da vacina, para a fabricação em território nacional da fórmula desenvolvida pelo Instituto Nikolay Gamaleya. A produção se dará em uma planta de Brasília, uma das nove unidades da companhia.
Segundo Rosso, ex-deputado federal e ex-governador do Distrito Federal, a prioridade da União Química é o Brasil, mas sublinhou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) “dita o ritmo” do processo de uso emergencial. A companhia diz que solicitou à reguladora uma validação da fase 3 dos ensaios clínicos, mas ainda não obteve retorno para formalizar o pedido de autorização.
A vacina apresentou 91,4% de eficácia contra o novo coronavírus na última etapa de testes, segundo a Rússia. Os dados da fase 3 ainda não foram revisados por pares. Mas, ainda de acordo com autoridades russas, mais de 1,5 milhão de pessoas já foram imunizados com a Sputnik V no mundo.
No Brasil, os estados do Paraná e da Bahia firmaram acordos unilaterais com o RDIF, mas dependem da Anvisa para aplicar doses. O imunizante consta no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 como uma possível compra pelo governo brasileiro, mas ainda não há um memorando de entendimento formal.