No dia 11 de março deste ano, Cascavel e região se despediam do arcebispo metropolitano da Igreja Católica, Dom Mauro Aparecido dos Santos, que faleceu em decorrência de complicações causadas pela covid-19. Passados mais de quatro meses, a dúvida é quem assumirá seu lugar.
Com o padre Reginei Modolo, o Padre Zico, cumprindo as funções administrativas que eram do arcebispo, a Igreja Católica já começou os procedimentos para a escolha do substituto. Mas sem prazo para definições.
O processo para a escolha de um arcebispo para uma diocese é feito sob sigilo pontifício. É um processo longo, que dura nove meses, mas que pode demorar até dois anos. Além de longo, o processo envolve diferentes etapas e tudo tramita no mais absoluto segredo. Os detalhes do trâmite não são divulgados por nenhuma das esferas, nem no Brasil, nem no Vaticano.
Na primeira parte do processo, a Nunciatura Apostólica, que é uma representação da Santa Sé no Brasil, faz um estudo que serve de subsídio para a Congregação para os Bispos, na Santa Sé, no Vaticano.
De acordo com o Padre Zico, nesta primeira parte do processo, a Nunciatura fará a coleta de dados do perfil da diocese e de nomes indicados. “O núncio faz uma colheita de dados sobre o perfil da Diocese. Além disso, alguns padres, bispos e arcebispos são convidados para indicar nomes de possíveis substitutos, sendo que todos [os indicados] precisam ser bispos.” Ou seja, o Padre Zico está fora dessa seleção, por enquanto!
Em um segundo momento, de posse de todos esses dados, a Nunciatura escolhe os nomes que entender mais adequados para a lista tríplice. “A Nunciatura faz um trabalho de escolha para verificar qual deles ela vai indicar para ser o arcebispo. Depois, a própria Santa Sé apresenta ao Papa a lista tríplice e o estudo realizado para que ele nomeie o novo bispo”, explica.
É o Vaticano quem comunica ao novo bispo da decisão, e, ele aceitando, a nomeação é anunciada publicamente pelo Papa na Sala Paulo VI no Vaticano, em uma manhã de quarta-feira.
A partir disso o trâmite acelera um pouco, pois o Código Canônico determina que o eleito tome posse na Arquidiocese até dois meses depois da nomeação.
No caso da escolha para o novo arcebispo metropolitano de Cascavel, a Nunciatura Apostólica está na primeira fase do processo, recebendo indicações e realizando o estudo.
Por conta disso, não há previsão de quando a Arquidiocese de Cascavel contará novamente com um arcebispo.
Até lá, o Padre Zico segue às frentes das atividades de administrador diocesano.
Segundo ele, o título do bispo é investido por conta do local que irá atual. No caso de Cascavel, o bispo que assumir a Arquidiocese será sempre um “arcebispo metropolitano”.