Saúde

Covid-19: Vacina chinesa chega ao Brasil para testes com 9 mil pessoas

A previsão é de 12 meses de testagem, mas o pesquisador Ricardo Palacios estima que ainda em 2020 será possível ter alguma informação preliminar sobre a eficácia da vacina

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Foto: Reprodução/Agência Brasil

A semana começa com esperança no ar. A vacina chinesa que será testada pelo Instituto Butantan no Brasil chegou ao País na madrugada desta segunda-feira (20). O imunizante é produzido pela empresa Sinovac Biotech e é a segunda fórmula testada oficialmente em solo brasileiro, junto da candidata criada pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido). As informações são do G1.

Na primeira etapa de testes, já autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), serão vacinados profissionais de saúde de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, além do Distrito Federal.

O anúncio da parceria do governo de São Paulo com o laboratório chinês foi feito pelo governador João Doria (PSDB) em 11 de junho. Os testes abarcarão 9 mil voluntários. A vacina foi criada a partir de cepas inativas do coronavírus Sars-CoV-2.

As etapas anteriores, que envolveram testes em animais e também em seres humanos, ocorreram na China. Agora, a testagem precisa ser feita em populações mais expostas ao vírus, caso do Brasil. Também será testada na Turquia, em Bangladesh e no Chile. No Brasil, haverá transferência de tecnologia da empresa chinesa para o Butantan, o que vai garantir a produção local da vacina, caso ela se mostre segura e eficaz.

Como vai funcionar
Os testes serão feitos voluntariamente em profissionais de saúde, que estão na linha de frente no combate ao vírus e, por isso, estão mais expostos a ele. Cada um vai receber duas doses da vacina ou de um placebo. A aplicação do placebo é importante para comparar com os resultados do grupo que recebeu a substância verdadeira. Está vetada a participação de quem tenha doenças que comprometam o sistema imunológico, de grávidas e de quem esteja planejando engravidar.

Embora a previsão seja de 12 meses de testagem, o pesquisador Ricardo Palacios, do Butantan, disse que ainda em 2020 será possível ter alguma informação preliminar sobre a eficácia da vacina.

Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o governo já tem a reserva de 60 milhões de doses da vacinas caso sua eficácia seja comprovada pelos estudos que estão sendo realizados no país e em outros países. As doses serão entregues ao Ministério da Saúde, que determinará como será sua distribuição.