Saúde

Com proteção a indígenas, PR inicia nova campanha de vacinação contra Covid-19

Com proteção a indígenas, PR inicia nova campanha de vacinação contra Covid-19

Curitiba – A campanha de vacinação bivalente contra a Covid-19 no Paraná foi aberta oficialmente ontem (27), na Aldeia Indígena Campina, localizada no município de Mangueirinha, região Sudoeste do Estado. As primeiras doses bivalentes da fabricante Pfizer foram direcionadas aos 887 indígenas maiores de 12 anos moradores da comunidade. De acordo com estimativa populacional do governo federal, outros 23.022 indígenas paranaenses devem receber o imunizante.

A ação foi realizada pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), em parceria com o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) – Litoral Sul e o Cosems-PR (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná), no Colégio Indígena Kókoj Ty Han, onde 232 crianças e adolescentes frequentam a educação básica e os ensinos fundamental e médio.

As pessoas selecionadas para dar início a esta nova etapa fazem parte de um dos grupos prioritários indicados pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde. Essa fase ainda engloba pessoas acima de 70 anos, pessoas que vivem em instituições de longa permanência (ILP), pacientes imunocomprometidos e comunidades ribeirinhas e quilombolas.

O lançamento da campanha 2023 ocorreu na maioria dos estados do País simultaneamente e faz parte do Movimento Nacional pela Vacinação, que prevê ações para ampliar as coberturas, não somente contra a Covid-19, mas de todas as vacinas disponíveis no SUS.

NOVO ATO

Em novembro do ano passado, a Anvisa aprovou a vacina bivalente para o uso contra a doença. Em fevereiro, as doses começaram a chegar aos estados e, até ao momento, o Paraná recebeu 291.600 doses. A maior parte deste quantitativo foi descentralizada na última quinta-feira (23) para as 22 Regionais de Saúde.

O secretário César Neves falou sobre mais este avanço no enfrentamento ao coronavírus com o imunizante bivalente, que conta com cepas atualizadas, incluindo contra a variante Ômicron, ampliando a proteção. “Essa vacinação simbólica marca o momento de incentivar todos os paranaenses a se vacinarem novamente. Esse grupo está iniciando a nova fase, mas todos devem seguir este exemplo e replicar em todos os locais. Nessa comunidade indígena todos se vacinaram contra a Covid-19 e não houve óbitos, isso mostra a importância desse ato”, disse.

O presidente do Cosems-PR, Ivoliciano Leonarchik, acompanhou a iniciativa e salientou a importância das ações coletivas em prol da vacinação em todos os municípios paranaenses. “Atingir os indicadores vacinais ideais é um desafio, mas com engajamento vamos chegar lá novamente”, complementou.

CRONOGRAMA

Outras quatro fases devem completar o cronograma para o reforço da vacinação contra a Covid-19. A segunda etapa está prevista a partir de março e engloba pessoas de 60 a 69 anos. A terceira abrange gestantes e puérperas, enquanto a quarta será direcionada a trabalhadores de saúde. Já a quinta fase será voltada para a vacinação de pessoas com deficiência permanente, privados de liberdade e funcionários do sistema prisional.

Foto: AEN

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Nova vacina bivalente melhora a imunidade contra a cepa original

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina bivalente melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e também contra a variante Ômicron e tem perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes. “A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo só do vírus que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele chamado vírus ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019. Então, todas as vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes, independentemente do laboratório fabricante”, explicou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha.

No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo laboratório Pfizer, receberam autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial. Elas são indicadas como dose única de reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema vacinal primário, ou como última dose de reforço.

O ministério reforça que as vacinas monovalentes contra a covid-19 seguem disponíveis em unidades básicas de Saúde (UBS) para a população em geral e são classificadas como “altamente eficazes contra a doença”, garantindo grau elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos pela doença.