Curitiba – Em entrevista à RPC, na noite dessa quinta-feira (18), o governador Ratinho Junior disse que o Paraná vive uma nova pandemia com as diferentes cepas do coronavírus, muito mais virulentas, que aumentam a gravidade da doença muito mais rápido e atingem todas as idades. E alertou que a capacidade de criar novos leitos no Estado está perto do fim. “Esse vírus é uma nova pandemia. O vírus está muito agressivo. Não é só o governo. A sociedade precisa ajudar a não aglomerar”, frisou. “Nos próximos dias, devemos criar entre 200 e 300 novos leitos para covid-19, mas depois disso não teremos o que fazer mais, porque uma UTI não é criada apenas com equipamentos, que estamos com dificuldade de comprar devido à alta demanda em todo o País, mas de medicamentos e principalmente de recursos humanos, e isso não temos mais!”
O Estado criou desde o início da pandemia 1.638 novos leitos hospitalares para covid-19. Apenas neste mês de março foram abertas 338 UTIs SUS no Paraná, ante o agravamento da pandemia.
Apesar do colapso no sistema de saúde, o governador descarta medidas mais restritivas por enquanto. “Não é uma medida unilateral do governo que vai resolver. Nós temos tomado medidas importantes. Quando, em dezembro, determinamos a restrição de horário à noite, conseguimos reduzir em 45% o número de acidentados nos hospitais, liberando profissionais da saúde para o atendimento de covid-19. Foi uma medida acertada, tanto que vários estados copiaram. Mas, nos dez dias de restrição maior, conseguimos só 34% de isolamento, enquanto o ideal seria entre 50% e 55%. Ou seja, o comércio foi prejudicado e não adiantou nada”, afirmou. “Só com a colaboração da sociedade tenho certeza que vamos superar esse momento tão difícil”.
Oxigênio e medicamentos
O governador garantiu que o problema de falta de oxigênio é pontual e está sendo equacionado. “Nós temos problemas de cilindros. E nós já conseguimos 200 cilindros com Manaus. Estamos apenas vendo com a Força Aérea o transporte deles. Isso vai aliviar os municípios menores”.
Na entrevista, ele também disse que o governo conta uma reserva técnica de medicamentos necessários para os doentes de covid-19, como relaxantes musculares e anestésicos para intubar: “É um problema do Brasil e do mundo. Nossa equipe está em contato como o Ministério da Saúde e laboratórios para garantir esses medicamentos”.
O governador afirmou que nos próximos dias deve anunciar novas medidas econômicas para ajudar os comerciantes e empresários prejudicados pela pandemia.
Estado tem mais de 2 mil pacientes na UTI
Em crescimento constante desde o fim de fevereiro, o Paraná rompeu mais uma marca ontem. Pela primeira vez, o Estado tem mais de 2 mil pessoas internadas em UTIs Covid. Ontem, dos 5.407 internados em alas exclusivas para tratar covid-19, 2.005 estavam em UTI, crescimento de 39% desde o início do mês de março.
A taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 97% no Paraná, com 42 disponíveis. A Macroleste e a Macro-Oeste atingiram 98% de ocupação.
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nessa quinta (18) mais 6.446 casos de covid-19 e 198 óbitos pela doença no Paraná. Os dados do monitoramento mostram que o Estado soma 776.410 infectados desde o início da pandemia, dos quais 14.278 não sobreviveram.
Os casos confirmados divulgados neste informe são de março (6.097), fevereiro (195) e janeiro (50) de 2021 e o restante de 2020.
Sobre as novas mortes, tratam-se de 88 mulheres e 110 homens com idades que variam de 21 a 96 anos. Os óbitos ocorreram entre 27 de janeiro e 18 de março de 2021. A média móvel dos sete dias continua em 114, a maior já registrada em toda a pandemia, e 23,4% maior que a de 14 dias atrás.
O Paraná aplicou 724.029 doses da vacina contra a covid-19. São 535.424 da primeira dose e 188.605 da segunda, até o fim da manhã desta quinta-feira. Portanto, 535.424 paranaenses já foram vacinados. Com a distribuição de 129,2 mil doses ontem, os municípios retomam nesta quinta-feira a vacinação, conforme o plano municipal próprio.
