Saúde

Cetea passa ter mais profissionais de saúde e muda fluxo de atendimento de crianças

Cetea passa ter mais profissionais de saúde e muda fluxo de atendimento de crianças

Cascavel – Depois de dois anos do início dos atendimentos a Cetea (Clínica-Escola do Transtorno do Espectro Autista) Juditha Paludo Zanuzzo, de Cascavel, ganha um reforço da equipe da saúde e também muda o fluxo de atendimento de crianças, que passam a ser encaminhadas pelas as unidades de saúde da cidade. A ampliação das terapias realizadas no local era um pedido antigo dos pais que acompanham o tratamento dos filhos na clínica que é mantida pelas as secretarias municipais de Saúde e de Educação.

Em entrevista coletiva à imprensa na manhã de ontem (11) o secretário municipal de saúde, Miroslau Bailak, falou sobre o novo formato de atendimento e do reforço dos profissionais. Foram contratados 13 novos servidores, aprovados por meio de teste seletivo do Cisop (Consórcio Intermunicipal do Oeste do Paraná). O objetivo era de chegar a 18 profissionais, porém, nem todas as vagas abertas foram preenchidas.

Passaram a integrar a equipe de Saúde do Cetea, médicos psiquiatras e neuropediatra, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e terapeutas que trabalharão com métodos específicos para as crianças autistas. Atualmente são atendidas 110 crianças nas terapias, mas a intenção é de ampliar em pelo menos 600 crianças, já que a partir de agora as unidades de saúde também farão o encaminhamento.

Fila de espera

Segundo Bailak, existe uma fila de espera de mais de 100 crianças nas unidades de saúde, 80% com até 3 anos de idade. Além disso, existe uma demanda muito maior de autistas na cidade de cerca de 3 mil crianças. “As crianças que são identificadas com o transtorno ainda pequenas, entre 12 e 48 meses, já iniciam o tratamento e tem um desenvolvimento muito melhor quando maiores. Por isso, estamos realizando esse investimento”, destacou.

O secretário de Saúde reforçou ainda que a ideia do Poder Público é continuar investindo nesta área criando, nos próximos anos, mais uma clínica para atendimento em outras regiões da cidade e ainda firmar uma parceria com o próprio Cisop, para o atendimento regional. “Temos alguns projetos, mas sempre dando um passo de cada vez, para que possamos ir avançando com qualidade e atendendo as necessidades”, ratificou.

A gerente da divisão de atenção à saúde mental, Ana Carolina do Nascimento, explicou que na clínica o aluno passa por uma entrevista, depois disso é avaliado por um médico e uma equipe multidisciplinar, que avalia de forma individual e encaminha para as terapias mais adequadas ao tratamento. “O importante é que agora teremos todas as terapias necessárias dentro da clínica e isso agiliza o atendimento a criança”, explicou.

Método Denver

Outro ganho é que passam a ser realizadas dentro da clínica as terapias com os métodos diferenciados, a aba, que trabalha com o comportamento específico do aluno, começando pelo o mais simples até o mais complexo, e o método Denver que realiza a estimulação precoce das habilidades psicomotoras. Além disso, todos os profissionais receberam um treinamento e outros tem ainda especialização para trabalhar com este tipo de atendimento mais específico.

Educação

A secretária municipal de Educação, Márcia Baldini, disse que na escola são atendidas 62 crianças de forma regular nas aulas, mas que em toda a rede pública são 534 alunos com o espectro autista e, destes, 287 estão em escolas e 185 nos Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil). Com o aumento de profissionais o número de alunos atendidos diariamente será ampliado, passando de 62 para 130 matriculados.

“Vamos entrar em contato com os pais e abrir essa segunda turma a partir da próxima semana”, disse Baldini. Ela explicou ainda que a clínica visa preparar o aluno para retornar para a escola regular, que é um tratamento para um período, mas de extrema importância para o aluno. Apenas na equipe da Educação da clínica trabalham 45 professores e 2 cuidadores, já que cada professor atende o máximo de 3 alunos.

Os alunos que precisam também contam com o serviço do transporte escolar da rede municipal, que com o aumento de alunos sendo atendidos também deverá ser ampliada. “A clínica com certeza é um exemplo da união da educação com a saúde e que está dando certo, se tornando inclusive referência para outras cidades”, salientou Baldini.

Além das terapias realizadas dentro da clínica, existe ainda a parceria de um serviço terceirizado que é um parque sensorial, no qual grande parte dos alunos frequentam, realizando atividades sensoriais importantes para o desenvolvimento. “Fizemos questão de anunciar as mudanças e abrir os novos atendimentos nessa semana, em comemoração ao Dia das Crianças”, disse Baldini.

Rosimeri Cabral é mãe de aluno atendido pelo o Cetea e disse que a escola é de extrema importância para o filho, que além de frequentar as aulas regulares também participa das terapias. “Ele estuda de tarde e de manhã, nos horários marcados é atendido por psicólogo, nutricionista e até neuropediatra, atendimento muito importante para o desenvolvimento dele”, explicou a mãe.

Com ampliação da equipe, serão 130 alunos atendidos na Clínica-Escola; segunda turma será aberta na próxima semana

Foto: Secom

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A Clínica-Escola

A Clínica-Escola Juditha Paludo Zanuzzo foi criada pelo Decreto nº 15.239, em fevereiro de 2020, Inaugurada em junho de 2020, a Cetea atende às necessidades clínicas e pedagógicas da Pessoa com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Primeira da região Oeste do Paraná, o local foi criado para promover a escolarização e atendimento precoce multiprofissional a crianças com TEA.

As áreas de atendimento são a médica, pedagógica, psicológica, fonoaudiológica, fisioterapêutica, terapia ocupacional, nutricional, assistencial e musicoterapia. Em todo o país, estima-se que 1,6% da população esteja dentro do espectro.

O prédio onde funciona a clínica-escola está localizado no Bairro Recanto Tropical, na Avenida Guaíra, 510, e o telefone para contato é o (45) 3392-6348.