Saúde

A importância da vacinação contra doenças pneumocócicas em crianças e idosos

As infecções pneumocócicas são mais comuns nos extremos da vida - em menores de dois anos e maiores de 65 

A importância da vacinação contra doenças pneumocócicas em crianças e idosos
Infecções respiratórias têm sido o centro das atenções ultimamente, e não é pra menos. Entre as principais enfermidades do trato respiratório, temos a pneumonia que é uma infecção nos pulmões provocada por bactérias, vírus ou fungos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a pneumonia é a infecção que mais mata no mundo. A cada minuto, duas crianças morrem por causa da doença, o que representa 16% das mortes infantis em todo o mundo e 80% dos óbitos abaixo dos dois anos de idade. É causa comum de mortes entre os idosos também2.
Já a doença pneumocócica é responsável por infecções nos pulmões e ouvidos, por meningite e infecções do sangue (bacteremia e sepsis) e é provocada pela bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae). Essa bactéria é o agente infeccioso que mais comumente causa pneumonia bacteriana em crianças e adultos. Qualquer pessoa pode ter a enfermidade, porém alguns grupos são muito mais propensos a adoecerem de forma grave e até fatal. São eles: crianças menores de cinco anos (mais ainda as menores de dois anos), idosos e pessoas com doenças como Aids, anemia falciforme, diabetes, asplenia (por retirada cirúrgica do baço ou por doenças que afetam o funcionamento desse órgão) e com doença do coração ou do pulmão.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pneumocócica é responsável por 15% de todas as mortes de crianças até cinco anos em todo o mundo3. Entre adultos a partir dos 50 anos e, principalmente, a partir dos 60 anos de idade, a pneumonia pneumocócica também é uma das principais causas de internação e de morte – a doença mata uma em cada quatro ou cinco pessoas acima de 65 anos infectadas pelos pneumococos3.
A transmissão da enfermidade ocorre por meio de gotículas de saliva ou secreções. Ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas facilitam a disseminação da bactéria pneumococo. Por isso, a forma mais segura e eficiente de prevenir a doença pneumocócica é a imunização3. Existem três vacinas com indicações e esquema de doses bem precisos. A vacinação de rotina está indicada apenas às crianças com até cinco anos e aos adultos a partir dos 60; mas pessoas de qualquer idade, que apresentem maior risco para a doença pneumocócica, também precisam se vacinar.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), crianças de dois meses a seis anos devem tomar a VPC 10 ou 13. Às maiores de seis anos, aos adolescentes e aos adultos portadores de doenças crônicas, recomenda-se esquema com as vacinas VPC13 e VPP23. Já para os maiores de 50 anos e, sobretudo, para maiores de 60, especialmente para os idosos institucionalizados, no qual se que recomenda o esquema com as vacinas VPC13 e VPP234.
Onde as vacinas podem ser encontradas:
• VPC10 – Nas Unidades Básicas de Saúde, para crianças de dois meses a seis anos, e nos serviços privados de vacinação, para crianças de dois meses a cinco anos. Nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), para crianças com até cinco anos de idade que tenham certas condições de saúde que aumentam o risco para doença pneumocócica grave.
• VPC13 – Nos Centro de Referências para Imunobiológicos Especiais (CRIE) e nos serviços privados de vacinação.
• VPC23 – Nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), para pessoas a partir de dois anos de idade, adolescentes e adultos com condições de saúde especiais que as tornam propensas a ter doença grave causada pelo pneumococo e também em serviços privados de vacinação.
Cabe ao médico investigar a situação vacinal do paciente, identificar quais imunizantes devem ser indicados e orientar sobre a importância de mantê-los atualizados. O objetivo é a proteção contra doenças infecciosas potencialmente graves, a redução da suscetibilidade e do risco de quadros infecciosos graves pela presença de comorbidades, a prevenção da descompensação de doenças crônicas de base causada por doenças infecciosas e a melhoraria da qualidade e da expectativa de vida.