O Renault Group tem uma visão pragmática da tecnologia, partindo do princípio que a inovação só faz sentido se for compartilhada, economicamente accessível e genuinamente útil ao maior número de pessoas. Hoje as evoluções tecnológicas permitem oferecer funcionalidades de assistência e delegação da condução com desempenho a cada dia melhor e adaptadas aos diferentes tipos de veículos e usos.
Para o veículo individual, o Renault Group já oferece dispositivos de assistência à condução no melhor nível para a maioria de seus modelos, proporcionando conforto e segurança. Neste momento, a expansão da automação de algumas funções para chegar à autonomia total do veículo parece pouco viável, tendo em vista as regulamentações atuais e as expectativas dos clientes, além dos custos associados à complexidade da tecnologia envolvida.
No caso do transporte público, o Renault Group pretende se tornar um verdadeiro player da mobilidade sustentável e autônoma. Por isso, o Grupo está desenvolvendo uma plataforma de micro-ônibus elétricos, robotizados e pré-equipados, que contará com várias soluções de automação de parceiros especializados.
Há vários anos estão sendo realizados testes e outros estão em vias de serem anunciados, principalmente com a empresa WeRide, especialista mundial em veículos autônomos, com uma primeira demonstração de transporte público em condições reais a ser realizada em breve, durante o torneio de tênis Roland-Garros 2024, que será disputado a partir do próximo domingo (26).
A estratégia
Existe um consenso internacional em torno de 6 níveis de “condução automatizada e autônoma”, que vai do nível L0 (L para Level, nível) sem qualquer assistência à condução, até o nível L5, o último nível no qual o veículo seria totalmente autônomo, em todas as situações e sem operador a bordo.
No caso dos veículos individuais, o Renault Group tem como foco o nível L2 e até mesmo L2+, com vários dispositivos avançados de assistência à condução no melhor nível do mercado, que agregam segurança, confiança e prazer de dirigir aos seus veículos, como o regulador de velocidade contextual, o assistente de manutenção de faixa ou a funcionalidade de ultrapassagem automática (em breve). Mesmo utilizando a condução assistida, o motorista continua sendo responsável pela condução.
Apesar de ser tecnicamente possível ir além deste nível de assistência, o nível 3 (“eyes off”) não é prioridade para o Renault Group em curto prazo. Na verdade, há uma grande diferença de complexidade tecnológica entre a automação de nível L2 e a autonomia de nível L3, pois o veículo precisa se mover com toda a segurança em ambientes complexos, com uma supervisão limitada do motorista. Neste momento, o custo a ser arcado pelos clientes em comparação com os benefícios para a condução tornaria a demanda insuficiente e até mesmo insignificante.
Enquanto isso, o Grupo trabalha para que a arquitetura de seus veículos possa evoluir para o carro autônomo quando as expectativas, a regulamentação ou ainda o custo das tecnologias permitirem que esta ruptura seja viável.
Já no caso do transporte público, o Renault Group acredita na relevância dos veículos autônomos, com uma demanda anual estimada em milhares de micro-ônibus nos próximos anos.
Micro-ônibus autônomo
Só na Europa, mais de 400 grandes cidades vão progressivamente se tornar zonas de baixas emissões, ao mesmo tempo em que devem continuar garantindo a mobilidade da população.
Consciente dos benefícios do transporte público autônomo, há vários anos o Renault Group está conduzindo testes para definir a melhor resposta às necessidades das administrações públicas, como o projeto Mach 2 anunciado em 2023, que a partir de 2026 integrará uma frota de micro-ônibus elétricos automatizados à rede de transportes públicos da região metropolitana de Châteauroux (França).
No futuro, estes testes culminarão em uma plataforma robotizada de micro-ônibus elétricos do Renault Group baseados no Novo Renault Master, capaz de integrar soluções de automação de parceiros especializados como EasyMile, Milla ou WeRide.
Mais flexíveis, os micro-ônibus autônomos poderão funcionar 24 horas por dia durante 7 dias por semana e com toda a segurança, sendo uma alternativa com zero emissão de poluentes ou um complemento às soluções existentes que seja eficiente em custos e emissões de CO2 por passageiro-quilômetro (trem, bonde, ônibus). Os custos adicionais da robotização e automação poderão ser compensados pela ausência de operadores a bordo. Para operar uma frota de veículos, será necessária uma simples supervisão remota.
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