Cascavel - Alagamentos constantes, calçadas irregulares e iluminação inadequada são algumas das falhas apontadas por moradores e empresários da região da recém-reformada, mas ainda não concluída, Avenida Carlos Gomes, em Cascavel.
Diante de tanta denúncia e reclamação, a repercussão negativa obrigou a Comissão de Viação e Obras Públicas da Câmara de Cascavel realizar uma vistoria na extensa obra. Os vereadores Cidão da Telepar, Edson Souza e Sadi Kisiel estiveram na Carlos Gomes e, segundo eles, constataram diversos problemas que comprometem a segurança e a mobilidade na avenida. Entre os principais apontamentos, estão a ausência de um sistema de drenagem eficiente, pontos de ônibus abaixo do nível do asfalto e iluminação insuficiente.
Durante a fiscalização, os vereadores tiveram a oportunidade de conversar com moradores e também empresários, para entender exatamente o nível do problema enfrentado, em especial nos dias de chuva. De acordo com o presidente da Comissão, vereador Cidão da Telepar, antes das obras de readequação da Carlos Gomes, não havia inundações. “Antes da obra, não havia inundação aqui na avenida. Agora, é só chover mais forte que fica tudo alagado. Isso é falta de tubulação, de manilhamento suficiente para escoar a água. No meu entendimento, é erro de projeto”, afirmou.
Responsabilização
Durante a sessão ordinária de ontem (25), o vereador Edson Souza disse que a Câmara precisa dar uma resposta para a população sobre os recursos investidos na obra. O parlamentar ainda pediu a responsabilização dos responsáveis pelas falhas. Além disso, ainda durante a sessão, Edson informou recebeu informação de que o secretário de Obras de Serviços Públicos de Cascavel, Sandro Camilo Rocha Rancy, esteve na Carlos Gomes ontem, juntamente com técnicos da empresa responsável pelas obras, constatando algumas situações apontadas pelos vereadores durante a visita “e já pedindo para mudar”.
“São ações que nos temos lá que precisamos discutir. Tem a questão da água que é a mais visível e é um problema extremamente sério, mas temos outros problemas lá, as calçadas extremamente íngremes, as guias para deficientes visuais. São ações nesse formato que a gente precisa discutir e exercer o nosso papel de fiscalizar, com o intuito de resolver o problema, ter uma solução e atender melhor a população”, explicou Souza.
Extraordinária
Diante do cenário, a Comissão convocou uma reunião extraordinária para essa quarta-feira (26), a partir das 10h, para buscar esclarecimentos junto à construtora responsável, Petrocon, e representantes da Prefeitura. O secretário Sandro Rancy deverá comparecer para a reunião. Segundo Edson, o objetivo da reunião é encontrar uma solução e atender a população do espaço.
Além da construtora Petrocon, foram convidados órgãos como o IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), a Transitar e a Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas e entidades da sociedade civil, como Amic (Associação de Micro e Pequenas Empresas), Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Aeac (Associação dos Engenheiros e Arquitetos), Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e Observatório Social.
Mais de R$ 51 milhões
A obra da Carlos Gomes tem um valor de mais de R$ 51 milhões e o município de Cascavel informou que será necessário um aditivo no contrato – com os dois emissários – entre R$4,5 e R$5 milhões, ou seja, correspondente a 10% do valor da obra, que começou na Travessa Cristo Rei, foi até a rotatória da Unioeste, voltou pela Alexandre de Gusmão e terminou na Avenida Brasil pela Barão do Cerro Azul.