Política

Prefeito preso “duas vezes” pede licença do cargo e vice assume

O prefeito Claudio Dutra está preso desde o dia 23 de setembro em Foz do Iguaçu

Prefeito preso “duas vezes” pede licença do cargo e vice assume

São Miguel do Iguaçu – Por cinco votos a quatro, os vereadores de São Miguel do Iguaçu aceitaram o pedido de licença não remunerada feito pelo prefeito Claudio Dutra, que está preso desde o dia 23 de setembro em Foz do Iguaçu, e que nesta semana teve mais um mandado de prisão expedido em seu desfavor.

No documento, o prefeito alegou motivos particulares para a licença, que vai de 8 de outubro a 6 de novembro. Caso já tenha saído da Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu até o fim desse prazo, ele poderá retornar ao cargo.

Quem assume em seu lugar é o vice-prefeito, Albino Bissolotti.

Claudio Dutra está preso desde 23 de setembro, quando foi desencadeada a operação Viação Fantasma. Nessa investigação, Claudio Dutra é acusado de suposto envolvimento em organização criminosa que teria desviado R$ 8,6 milhões de recursos públicos destinados ao transporte escolar. No curso das diligências, foram identificadas fraudes na cobrança de quilometragem não rodada, direcionamento de procedimentos de licitação, utilização de “laranjas” na constituição de empresas e pagamentos de propina para servidores públicos e agentes políticos.

Segunda prisão

Já preso, o prefeito recebeu outra ordem de prisão durante a Operação Apocalipse, deflagrada na última quarta-feira (7) pela Polícia Federal, que investiga um esquema criminoso que seria liderado pelo prefeito e um empresário da cidade. Conforme as investigações, esse grupo estaria desviando recursos públicos por meio de fraudes em processos licitatórios das secretarias de relacionadas à saúde pública, à limpeza urbana e ao esporte e cultura. Outras três pessoas foram presas na operação de quarta, inclusive dois empresários e o candidato a prefeito de São Miguel Lester Gomes de Moraes.

Durante os trabalhos também foi descoberto que, no período de 2013 a 2020, foram movimentados mais de R$ 60 milhões de verbas públicas por meio de 25 contratos celebrados com as empresas do grupo investigado.

Segundo a Polícia Federal, além do prefeito de São Miguel do Iguaçu, servidores de 1º e 2º escalões podem estar envolvidos no esquema.

Dentro dos processos licitatórios foram encontrados robustos elementos que indicam que até o procedimento relacionado no combate da pandemia causada pelo coronavírus foi manipulado pela organização criminosa.

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