Curitiba – A equipe da Divisão de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo recebeu nessa quarta-feira (14) representantes de importadoras pneumáticas para o Paraná. O objetivo do encontro foi debater medidas para aprimorar a logística reversa de pneus inservíveis, fazendo com que aumente o número de pontos de coleta no Estado.
Em 2019, o crescimento de pontos foi de 165 para 190, número representa somente a coleta feita pelos fabricantes, ou seja, indústrias localizadas no Brasil. Segundo a Nota Técnica 02/2019 do Ministério Público, a logística reversa de pneus inservíveis é obrigação de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
No Brasil, os fabricantes representam 70% dos pneus colocados no mercado, enquanto os importadores ficam com os outros 30%, mas somente os fabricantes arcam com o custo do recolhimento e destinação correta desses produtos em estado pós-consumo.
Segundo o coordenador da Divisão de Resíduos Sólidos da secretaria, Laerty Dudas, essa pratica não é apenas de responsabilidade dos fabricantes, mas também dos importadores. Assim, foram convocados para a reunião 38 importadores, mas compareceram apenas seis. “Infelizmente sofremos com uma resistência dos segmentos em participar da logística reversa. Isso é normal, mas vamos trabalhar para trazer a melhor solução”.
Reciclanip
As ações de responsabilidade pós-consumo dos pneus são coordenadas pela Reciclanip, entidade formada pelos maiores fabricantes de pneus, que recolheram juntos 100 milhões de pneus desde 1999. O Paraná tem 90 pontos de coleta onde são recolhidas em média 4 mil toneladas de pneus por mês, o equivalente a aproximadamente 80 mil pneus. A Reciclanip é formada pela Bridgestone, Goodyear, Michelin, Pirelli e Continental, que são as maiores fabricantes deste produto no Brasil.
Para Dudas, o programa voltado para a logística reversa é importante para gerar empregos e renda para o Estado, além de o governo estar preocupado com a saúde pública da população. “Pneu inservível gera emprego e renda. Ele tem um valor energético e pode voltar para a cadeia produtiva”, diz. “Nosso objetivo também é resolver a questão de saúde pública, pois, jogado no meio ambiente, o pneu pode vir a ser um local de reprodução do mosquito da dengue”.
Ainda segundo o coordenador, o pneu inserível tem uma importância para outras matérias-primas, e, com isso, reaproveitando os pneus, utilizando ele como asfalto com borracha, pisos e outras matérias.
Próximos passos
A equipe da secretaria irá novamente convocar, em conjunto com o Ministério Público, fabricantes, importadores, Ibama e as recicladoras para apresentar novas propostas e medidas para que a logística reversa possa funcionar com excelência no Paraná.
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