Proposta pela Secretaria de Estado da Saúde, a unificação da regulação dos leitos pelo Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste do Paraná) provoca reações e, sobretudo, preocupação. Cascavel passaria a organizar o fluxo de pacientes de praticamente 2 milhões de habitantes, acrescidos os moradores de oito cidades hoje atendidas por uma estrutura em Foz do Iguaçu, que totalizam 500 mil habitantes.
Ao todo, a unificação precisa passar por três fases: a primeira foi executada com a regulação da antiga Central de Leitos – hoje feita em parceria do Estado e do Consamu. A segunda fase ocorre com a regulação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Foz do Iguaçu em Cascavel. Na terceira fase, a regulação do Samu de Pato Branco também viria para Cascavel.
Apesar dos impactos relevantes sobre o serviço, os envolvidos com o atendimento afirmam não terem sido comunicados nem sequer ouvidos.
A expectativa apenas é de que sejam repassados os procedimentos técnicos a serem implantados.
Mesmo que não ocorra aumento na demanda de leitos e fluxo de pacientes – visto que a alteração seria apenas no controle da regulação -, a preocupação se dá pela estrutura existente. “A macrorregulação ficará sobrecarregada se não houver aumento de efetivo, como médicos e Tarm [Técnico Auxiliar de Regulação], linhas telefônicas, estrutura física… Isso, sim, será um problema se não for ajustado”, diz o secretário de Saúde Cascavel, Thiago Stefanello.
Com a vinda de mais oito cidades para regulação, os municípios esperam que esse impacto financeiro seja mantido totalmente pelo Estado, inclusive as necessidades criadas com a alteração.
Como Cascavel é polo, modelo no sistema, a Câmara de Vereadores pretende se manter nas discussões e provocar explicações das autoridades, a começar pelo diretor da 10ª Regional de Saúde, João Avanci. A Comissão Permanente de Saúde do Legislativo municipal deve propor uma reunião com autoridades para entender melhor as alterações e esclarecer o propósito dessa integração. “Se houver sobrecarga no atendimento, serei contra. Acredito que a vinda de Foz do Iguaçu tende a tornar ainda mais difícil o atendimento. Mas precisamos nos interar sobre o assunto e vamos ver com a Comissão da Saúde o que deve ser feito”, explica o presidente da Comissão Permanente de Saúde, Josué de Souza (PTC).
Integram também a comissão os vereadores Romulo Quintino (PSL) e Jorge Bocasanta (Pros).
Reportagem: Josimar Bagatoli