Saiba mais sobre a vitória do Grupo Pátria no leilão das rodovias do Paraná e os impactos desse investimento de R$ 6,7 bilhões - Foto: Eriksson Denk/AEN
Saiba mais sobre a vitória do Grupo Pátria no leilão das rodovias do Paraná e os impactos desse investimento de R$ 6,7 bilhões - Foto: Eriksson Denk/AEN

Paraná - O Grupo Pátria venceu ontem (30) o leilão do Lote 5 das Rodovias Integradas do Paraná, último trecho do novo programa de concessões, realizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. A proposta vencedora apresentou deságio de 23,83% na tarifa básica de pedágio, superando o consórcio concorrente Way Brasil/Kinea.

A empresa – por meio da Reune Rodovias Holding II S/A, criada em agosto deste ano e com capital social de R$ 40,00 – passa a ser responsável pela administração de cerca de 433 quilômetros de rodovias que interligam Maringá, Campo Mourão, Cascavel e Guaíra, abrangendo importantes trechos das BRs 158, 163, 369, 467 e PR-317.

O contrato prevê investimentos de R$ 6,7 bilhões em obras e melhorias e R$ 5,2 bilhões em manutenção e operação ao longo de 30 anos. O ciclo principal de obras ocorrerá entre o terceiro e o sétimo ano da concessão, incluindo duplicações, contornos e novas estruturas de segurança e mobilidade.

Serão 238,5 quilômetros de rodovias duplicadas, 19,9 km de marginais, 51 interseções em desnível, 17 retornos e rotatórias, 5 passarelas, 6 viadutos e 12 km de ciclovias. Está prevista ainda a implantação de bases operacionais com ambulâncias, guinchos e monitoramento 24 horas por câmeras e sistemas inteligentes de tráfego.

O grupo Pátria já havia arrematado o Lote 1, o primeiro do novo programa de concessões do Paraná, e também é a concessionária responsável por 473 quilômetros de rodovias federais e estaduais entre Curitiba, Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais do Paraná.

Cinco praças

O Lote 5 contará com cinco praças de pedágio, sendo duas novas. São elas: uma entre Cascavel e Toledo e outra entre Guaira e Mercedes. As tarifas após o desconto do leilão devem ficar assim: Cascavel: R$ 8,78; Terra Roxa: R$ 9,25; Corbélia: R$ 16,19; Mamborê: R$ 16,19 e Floresta: R$ 16,19.

Além do deságio, o grupo fará um aporte adicional de R$ 399 milhões por conta do desconto ofertado. A assinatura do contrato está prevista até fevereiro de 2026, e a cobrança deve iniciar cerca de dois meses depois, segundo a ANTT.

Cascavel “sitiada” por pedágios

Com a instalação da nova praça entre Cascavel e Toledo, a cerca de 43 quilômetros de distância, a cidade de Cascavel ficará praticamente cercada por pedágios. Atualmente, motoristas que se deslocam pela região já encontram praças nos acessos a Ubiratã, Foz do Iguaçu, Laranjeiras do Sul e Lindoeste (que será construída no Lote 6). Com o novo ponto entre Cascavel e Toledo, todas as principais saídas da cidade estarão sob cobrança.

A medida preocupa especialmente transportadores, cooperativas agrícolas e indústrias da região, que utilizam as rodovias para escoar grãos, carnes e produtos industrializados — setor que, segundo o Ipardes, representa mais de 70% das exportações do Oeste paranaense e reacende o debate sobre o custo do pedágio para a população do Oeste, especialmente em Cascavel e Toledo, que terão o tráfego regional — e até urbano — diretamente impactado.