Política

Ex-vereadora Fabiane Rosa é condenada a mais de 40 anos de prisão por peculato e concussão

Na decisão, juíza ainda determinou pagamento de danos morais às vítimas e ao erário; Fabiane foi presa em operação do MP-PR por crime de 'rachadinha'

Ex-vereadora Fabiane Rosa é condenada a mais de 40 anos de prisão por peculato e concussão

A ex-vereadora de Curitiba Fabiane Rosa foi condenada a 41 anos e cinco meses de prisão pelos crimes de peculato e concussão cometidos durante mandato na Câmara Municipal da capital. Na decisão, a juíza também determinou que Fabiane realize pagamento de danos materiais a vítimas e ao erário.

Ela pode recorrer da decisão.

A ex-vereadora foi investigada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em 2020 e foi presa por cometer “rachadinha”, quando um servidor exige dos funcionários parte do salário, e atualmente cumpria prisão domiciliar sob monitoramento eletrônico.

Na decisão, a magistrada determinou o fim da medida.

A condenação é da juíza Carmen Lucia de Azevedo e Mello, de 22 de abril.

Marido condenado

 

Na decisão, o marido da ex-parlamentar, Jonatas Joaquim da Silva, também foi condenado. Ele é Guarda Municipal.

Por ocupar cargo público, a magistrada também determinou a Jonatas a perda do cargo. A Prefeitura de Curitiba deve ser notificada.

Esquema de ‘rachadinha’

A prática de rachadinha consiste no repasse de um servidor público ou prestador de serviços da administração de parte da remuneração recebida para políticos e assessores.

Documentos mostram que pelo menos três pessoas disseram ao MP-PR que participaram do esquema de “rachadinha” no gabinete da vereadora, entre 2016 e 2018.

No início das investigações, essas pessoas eram assessoras de Fabiane Rosa: duas mulheres e um homem.

Ao MP-PR, segundo os documentos, os assessores disseram que, em fevereiro de 2018, foram chamados por Fabiane Rosa para uma reunião, que aconteceu em frente à casa da vereadora.

De acordo com eles, como já desconfiavam que o assunto seria a “rachadinha”, resolveram gravar a conversa. No encontro, conforme os ex-funcionários, Fabiane pediu o repasse de parte dos salários deles.

Os ex-assessores afirmaram aos promotores que o valor repassado para a vereadora dependia do tamanho do salário. Segundo eles, quem ganhava mais, repassava mais.

Os depoimentos apontam que o suposto esquema de “rachadinha” no gabinete de Fabiane Rosa não envolvia somente desconto nos contracheques. Ex-assessores disseram ao Ministério Público que também pagavam despesas pessoais da vereadora.

G1 Paraná