Política

Brasil - Paraguai: Segunda ponte promoverá integração e novos negócios

A solenidade de lançamento da pedra fundamental da ponte inclui a assinatura do repasse de recursos da Itaipu Binacional, que vai bancar as obras

Brasil - Paraguai: Segunda ponte promoverá integração e novos negócios

Foz do Iguaçu – Solução para gargalos de infraestrutura, ampliação da integração, criação de empregos, atração de novos investimentos e desenvolvimento do turismo. Esses são alguns benefícios da construção da segunda ponte internacional em Foz do Iguaçu, na avaliação de Carlos Silva, presidente do Comtur (Conselho Municipal de Turismo).

A obra ligará Foz do Iguaçu (Brasil) a Presidente Franco (Paraguai). Para acessar a segunda ponte pelo lado brasileiro, está prevista a construção de uma via perimetral conectando a BR-277, na entrada da cidade, à região do Porto Meira, onde a estrutura internacional será edificada. O custo total do empreendimento é estimado em R$ 456.138.389,24.

Para o presidente do Comtur, a obra responde a uma demanda antiga do trade turístico, de segmentos comerciais e industriais e da sociedade civil organizada iguaçuenses, assim como do poder público e das forças políticas locais.

Silva relembra que a construção da segunda ponte vem sendo pleiteada por Foz do Iguaçu há cerca de três décadas: “A construção da obra irá gerar empregos diretos e atrair novos investimentos para Foz do Iguaçu e região. Irá ampliar a nossa integração com o Paraguai e os demais países vizinhos, fomentando o turismo, o comércio e a circulação de riquezas de forma permanente”.

Para a expansão do turismo de Foz do Iguaçu, prossegue Silva, esse investimento em infraestrutura é decisivo. “A segunda ponte e suas obras complementares vão melhorar a mobilidade, conectar as regiões turísticas e facilitar o acesso ao nosso aeroporto e à Argentina”, frisa. “Além disso, a Ponte da Amizade será destinada para o fluxo de turistas, visitantes e moradores da região trinacional.”

Turismo e mobilidade

De acordo com o dirigente do Conselho de Turismo, Carlos Silva, outro benefício direto para o turismo com a construção da segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai será o novo direcionamento do tráfego de veículos pesados. Com a obra de acesso, os caminhões e outros transportes de carga com origem e destino à Argentina deixarão de percorrer a Avenida das Cataratas.

“Os veículos pesados não precisarão mais acessar o perímetro urbano, como acontece hoje. Isso irá reduzir acidentes graves e melhorar o fluxo de veículos no corredor turístico”, observa Carlos Silva. “Em uma região integrada como a nossa, em que os visitantes percorrem as três cidades do Brasil, do Paraguai e da Argentina, mobilidade é indispensável”.

Solenidade reúne Bolsonaro e Benítez

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, encontram-se às 13h desta sexta-feira (10), em Foz do Iguaçu, para o lançamento da pedra fundamental da segunda ponte entre os dois países.

Em menos de três meses, este é o segundo encontro na fronteira dos dois chefes de Estado. O primeiro foi em 26 de fevereiro, na posse do diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.

A solenidade de lançamento da pedra fundamental da ponte que vai ligar Foz do Iguaçu a Presidente Franco inclui a assinatura do repasse de recursos da Itaipu Binacional, que vai bancar as obras, e convênio com o governo do Estado, que vai administrar a execução do projeto, desenvolvido pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre).

A solenidade contará ainda com a presença de ministros dos dois países, do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, de autoridades locais e de diretores e conselheiros da Itaipu Binacional.

A ponte é resultado de negociações entre os presidentes Bolsonaro e Marito. O presidente brasileiro deu seu aval após parecer favorável da Advocacia Geral da União.

Sem onerar tarifa

Essa segunda ponte tem custo previsto de R$ 456.138.389,24, que será bancado pela Itaipu Binacional, sem afetar a tarifa da energia elétrica produzida pela binacional. O valor inclui obras da estrutura, desapropriações e a construção de uma perimetral no lado brasileiro.

Os recursos, ao longo dos três anos previstos para durar a obra, serão remanejados de convênios e patrocínios sem aderência à missão da empresa.

Esse remanejamento teve início logo após a posse de Joaquim Silva e Luna, que adotou na empresa uma gestão de redução de custos e otimização dos recursos, para permitir que a usina continue apoiando projetos importantes para o desenvolvimento socioeconômico da região.

O diretor-geral brasileiro de Itaipu afirma que a binacional deve priorizar projetos estruturantes, como é o caso da ponte. Segundo ele, as cidades de fronteira, com a nova ponte, se firmarão como um hub, um centro de conexão regional, com interligação de vários países.