Política

Bolsonaro troca seis ministérios para atender Congresso e sacramenta Centrão no Planalto

A troca começou com a saída do ministro Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, cobrada por parlamentares

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participa de audiência pública, na Comissão de Relações Exteriores do senado
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participa de audiência pública, na Comissão de Relações Exteriores do senado

Brasília – Pressionado pelo Congresso, o presidente Jair Bolsonaro fez nessa segunda-feira sua primeira reforma ministerial após mais de dois anos de governo. De uma vez só, fez seis mudanças em alguns dos seus principais ministérios e sacramentou a entrada do Centrão no Palácio do Planalto. A troca começou com a saída do ministro Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, cobrada por parlamentares.

Em nota, a Presidência da República confirmou a nomeação da deputada Flávia Arruda (PL-DF) na Secretaria de Governo, responsável pela articulação política junto ao parlamento. Flávia é integrante do PL, comandado por Valdemar Costa Neto, um dos principais líderes do Centrão.

Valdemar vem liderando a aproximação do partido com Bolsonaro – a sigla emplacou nomes na presidência do Banco do Nordeste e na diretoria do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

A deputada também é próxima ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), que na semana passada cobrou uma mudança de postura do governo federal no enfrentamento da pandemia. Na ocasião, alertou que a declaração era um “sinal amarelo” do Congresso ao chefe do Executivo e, sem citar o impeachment, disse que o Legislativo possui “remédios políticos amargos”, alguns “fatais”.

No mês passado, Bolsonaro já havia acomodado um nome do Centrão no governo, com a nomeação de João Roma (Republicanos-BA) no Ministério da Cidadania.

Flávia substitui Luiz Eduardo Ramos, que será transferido para a Casa Civil. Com a troca, Walter Braga Netto deixa o Planalto e irá para o Ministério da Defesa, substituindo o general Fernando Azevedo e Silva, que foi demitido nesta tarde por Bolsonaro.

Além disso, o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres assume o Ministério da Justiça e Segurança Púbica. Antes, ele estava na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Assim, André Mendonça volta para a AGU (Advocacia-Geral da União), cargo que ocupou até abril do ano passado. Mendonça substituirá José Levi, que também foi demitido na tarde de ontem.

O embaixador Carlos Alberto Franco França assumirá o comando do Ministério de Relações Exteriores no lugar de Ernesto Araújo.

 

Em nota oficial, o presidente Jair Bolsonaro informou a nova titularidade de seis ministérios:

  • Casa Civil da Presidência da República: General Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira
  • Ministério da Justiça e Segurança Púbica: Delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres
  • Ministério da Defesa: General Walter Souza Braga Netto
  • Ministério das Relações Exteriores: Embaixador Carlos Alberto Franco França
  • Secretaria de Governo da Presidência da República: Deputada Federal Flávia Arruda
  • Advocacia-Geral da União: André Luiz de Almeida Mendonça