Dezesete policiais militares foram presos durante uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na manhã desta quarta-feira (30), em cidades do Paraná e do Mato Grosso. A ação tem o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar.
De acordo com o Gaeco, os agentes são suspeitos de se apropriarem de mercadorias importadas de forma irregular, especialmente trazidas do Paraguai, durante vistorias.
Um vídeo divulgado pelo Gaeco mostra uma suposta divisão de eletrônicos apreendidos entre policiais. No trecho, um dos agentes diz que irá se encontrar e negociar com um homem que vende produtos importados.
Os 15 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão foram cumpridos em Foz do Iguaçu, Missal, São Miguel do Iguaçu e Medianeira, no oeste do Paraná, além de Cláudia (MT).
Após o cumprimento dos mandados, outros dois policiais foram presos em flagrante, com drogas e mercadorias contrabandeadas.
O Gaeco informou que um dos mandados foi cumprido na sede da 2ª Companhia de Polícia Militar (PM) de Medianeira.
“Nós estamos ainda apurando qual procedimento eles adotavam com essa mercadoria apreendida. Mas, é sabido que eles ficavam com a mercadoria. A informação básica, assim, que nós temos, é que eles encaminhavam parte dessa mercadoria para outros contrabandistas, para que eles revendesse a mercadoria”, disse o promotor do Gaeco, Tiago Lisboa.
A Justiça também determinou a suspensão do exercício de função pública dos investigados.
Durante a operação, o Gaeco apreendeu armas da PM, coletes balísticos, equipamentos eletrônicos e documentos.
Os investigados podem responder por organização criminosa, peculato, prevaricação e falsidade ideológica.
Conforme o corregedor geral da PM no Paraná, Dorian Nunes Cavalheiro, os policiais já foram suspensos do exercício das funções.
“A Polícia Militar não tolera, não suporta, não admite, um policial que cometa crimes, que cometa irregularidades. Qualquer denúncia, qualquer situação que haja envolvimento de policiais em delitos, será apurado e eles vão responder na medida da sua culpabilidade. Se houver a comprovação, eles serão excluídos na Polícia Militar.”